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Baixa disponibilidade no tratamento de sementes preocupa

É o que aponta estudo da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas)


Apesar de contabilizar mais de dois mil produtos formulados registrados, o Brasil possui baixa disponibilidade de produtos para o tratamento de sementes (TS) em algumas culturas e alvos biológicos indesejados. É o que aponta estudo da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas).

Nada menos que 98% das sementes de milho híbrido e 70% das sementes de soja são tratadas na agricultura brasileira. É o tratamento de sementes que permite o controle dos alvos biológicos nas fases iniciais da cultura, uma vez que muitos patógenos permanecem no solo, tais como, por exemplo o fusarium e da esclerotinia.

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A adoção do TS mais que dobrou em seis anos: o valor de mercado saltou de 360 milhões de dólares, em 2009, para 870 milhões, na safra 2014-15, mostrando um grande crescimento e sua percepção de valor pelos agricultores, segundo dados da Abrasem. De acordo com o estudo, porém, esse controle está “ameaçado pela baixa disponibilidade de produtos”. 

Para tratamento de insetos nas sementes de milho, algodão, trigo, amendoim e arroz, os produtos disponibilizados pertencem ao mesmo modo de ação, “o que fatalmente aumenta a pressão contínua de seleção de resistência de pragas e doenças”, diz a pesquisa: “Já para muitas culturas de menor impacto econômico a situação é ainda mais grave, existindo pouquíssima ou nenhuma disponibilidade de produtos fitossanitários para tal tratamento. Fatos que dificultam ou impossibilitam a rotação de produtos fitossanitários e consequentemente, o manejo de resistência”.

De acordo com dados oficiais, existem 82 produtos registrados com a finalidade de tratamento de sementes (incluído o PF à base de carbofurano): Para a cultura da soja, 61; para a cultura do milho, 52. Para feijão, algodão e trigo, respectivamente, 44, 42 e 39 produtos formulados encontram-se registrados para TS. Para a cultura de amendoim, 18 produtos; arroz irrigado, seis produtos; melão e melancia apenas um e para mamão, por exemplo, nenhum produto.

“Diante do cenário de fragilidade na disponibilidade de produtos fitossanitários para tratamento de sementes, tanto para as culturas de grande representatividade econômica quanto para as culturas de menor representatividade, se fazem necessários ajustes para correção desta disfunção, sob a impossibilidade de se praticar a rotação de produtos e o correto manejo de resistência de pragas e doenças”, conclui o estudo da Abrasem.

Em breve o Portal Agrolink trará nova reportagem baseada nesse estudo identificando os “alvos biológicos críticos” identificados pela Abrasem que precisam ser priorizados em função da baixa disponibilidade de produtos para tratamento de sementes, sob pena de comprometer a agricultura brasileira.

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