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Bolsonaro promete a Biden fim do desmatamento

Para o presidente, é preciso criar alternativas econômicas que reduzam o apelo das atividades ilegais


Foto: Nadia Borges

O presidente Jair Bolsonaro vai enviar ao presidente norte-americano Joe Biden, nesta sexta-feira (16) uma carta onde se compromete a acabar com o desmatamento ilegal até 2030. O conteúdo de sete páginas foi divulgado nesta quinta-feira (15).

O líder brasileiro reconhece o aumento das taxas de desmatamento a partir de 2012 e afirma que o Estado e a sociedade precisam aperfeiçoar o combate a este crime ambiental.   No entanto argumenta que para alcançar as metas do Acordo de Paris, assinado no governo Dilma, precisará de “recursos vultosos” e pede o apoio do governo americano.

“Queremos reafirmar neste ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por V. Excelência, o nosso compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030. Como nós, os americanos saberão apreciar que as principais causas da degradação ambiental radicam na pobreza e na falta de oportunidades, e que portanto trabalhar pela preservação ambiental passa, também, pela promoção do desenvolvimento econômico”, escreveu Bolsonaro. A carta será enviada às vésperas da Cúpula de Líderes sobre o Clima, que ocorrerá no próximo dia 22, sob a liderança de Biden, reunindo líderes de 40 países.

Para o presidente, é preciso criar alternativas econômicas que reduzam o apelo das atividades ilegais e dar condições para que os 25 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia possam prosperar materialmente por seus próprios esforços. Nesse sentido, segundo ele, não é possível combater o desmatamento apenas com medidas de fiscalização ou “jamais alcançaremos resultados duradouros no domínio ambiental”, escreveu.

Na carta a Biden, além de definir metas e compromissos, Bolsonaro apontou as iniciativas realizadas pelo Brasil para a preservação do meio ambiente, como projetos nas áreas de bioeconomia, regularização fundiária, zoneamento ecológico-econômico e pagamento por serviços ambientais.

O presidente afirmou que quer ouvir também as entidades do terceiro setor, indígenas e comunidades tradicionais e repetiu a necessidade de ajuda financeira. “Ao sublinhar a ambição das metas que assumimos, vejo-me na contingência de salientar, uma vez mais, a necessidade de obter o adequado apoio da comunidade internacional, na escala, volume e velocidade compatíveis com a magnitude e a urgência dos desafios a serem enfrentados”, escreveu.

Conforme o Acordo de Paris o Brasil se compromete a reduzir as emissões de gases de efeito-estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, na comparação com os números de 2005. Bolsonaro reafirmou também a meta de neutralizar todo o carbono emitido, em 2060, mas deixou aberta a possibilidade de antecipar o prazo para 2050, que é a principal reivindicação de Biden.

Na quarta-feira (14) o governo divulgou o Plano Amazônia 2021/2022, que estabelece diretrizes para ações de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal, queimadas e outros crimes ambientais e fundiários cometidos na região da Amazônia Legal, território que abrange a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Rondônia, Roraima, Mato Grosso, do Tocantins e de parte do Maranhão.

Em 2020 cerca de 1,7 milhão de hectares foram desmatados, aumento de 25%, sendo o terceiro pior ano desde 2002. Os dados são da Universidade de Maryland e da plataforma de monitoramento online Global Forest Watch. No mundo foram menos 42 mil quilômetros quadrados de área verde perdida no ano.
 

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