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Bolsonaro quer fim das emissões e menos desmatamento

Presidente discursou na Cúpula do Clima com mais 40 países


Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta quinta-feira (22), da Cúpula do Clima. O evento virtual, que começou vai até esta sexta-feira é organizado pelo governo dos Estados dos Unidos. Bolsonaro participou por videoconferência, do Palácio do Planalto.  

Durante o discurso o presidente se comprometeu a zerar as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2050, dez anos a menos do que estava previsto no Acordo de Paris. “Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal. Com isso, reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data”, disse.

Bolsonaro classificou o país “como detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agroambiental”, e que nos últimos 15 anos o país evitou a emissão de mais de 7,8 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. Para alcançar a neutralidade ele acredita que o Brasil conta com iniciativas como preservação do meio ambiente, como projetos nas áreas de geração de energia limpa e de desenvolvimento tecnológico na agricultura. “O Brasil participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa, mesmo sendo uma das maiores economias do mundo. No presente, respondemos por menos de 3% das emissões globais anuais”, destacou.

Em relação as metas de desmatamento, o presidente acha que é preciso, além de medidas de ações e controle, promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica, que, segundo ele, é a mais rica do país em recursos naturais, mas que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano. “Devemos aprimorar a governança da terra, bem como tornar realidade a bioeconomia, valorizando efetivamente a floresta e a biodiversidade. Esse deve ser um esforço que contemple os interesses de todos os brasileiros, inclusive indígenas e comunidades tradicionais”, argumentou.

Bolsonaro disse ainda que é fundamental contar com os recursos financeiros de países, empresas, entidades e pessoas “dispostos a atuar de maneira imediata, real e construtiva na solução desses problemas”. 

Foram convidados 40 países para o encontro. A cúpula antecede a 26ª Conferência sobre o Clima, a Cop26, a ser realizada em novembro em Glasgow, na Escócia. Um dos principais objetivos é impedir a elevação da temperatura média do planeta acima de 1,5 grau neste século.

Logo após o pronunciamento o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou que o governo pretende dobrar os investimentos para combater o desmatamento na Amazônia. As ações começam já em 1º de maio.

O ministro disse que, com a duplicação dos recursos, o governo poderá arcar com os custos de apoio de órgãos como as polícias Federal e Rodoviária Federal, equipes da Força Nacional e também do apoio logístico das Forças Armadas. “Isso [duplicação dos recursos] é importante porque dá sustentação a esse pagamento das equipes da Força Nacional, que podem aumentar substancialmente e que se somam ao que já tem de equipes e logística do Ibama e ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]”, afirmou.
 

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