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Comercialização lenta de soja e milho reflete em fretes mais baixos

Há sinalização de reversão do quadro nos próximos meses



Foto: Arquivo Agrolink

O ritmo mais lento da comercialização de soja e milho apresentado neste ano tem influenciado nos preços de fretes praticados no país. Na maioria das praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) as cotações dos serviços de transporte dos produtos agropecuários se encontram em níveis abaixo do praticado no mesmo período do ano passado. 

Na Bahia, além da demanda mais fraca, a alta oferta de prestadores do serviço influencia ainda mais nas baixas cotações. Já no Distrito Federal, as reduções nos fretes foram motivadas pelos valores do óleo diesel que ficaram praticamente estáveis nos últimos meses, além da lenta comercialização da safra de soja influenciada pelos preços mais baixos da oleaginosa no mercado internacional.

Cenário semelhante é encontrado em Goiás, onde mesmo com a finalização da colheita nas regiões produtoras, a demanda por fretes foi baixa. Produtores comercializam pequenas quantidades para honrar os compromissos e a maior parte da produção está sendo estocada em armazéns próprios ou de terceiros. No Maranhão, a colheita está atrasada, em relação à safra anterior, por conta do plantio e limitada pelo excesso de chuvas. Enquanto isso, a comercialização e o escoamento da produção de soja estão ocorrendo com avanço abaixo do normal para o período.

Reversão – Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul os preços de frete também se encontram menores que os do mesmo período do ano passado, mas há sinalização de reversão do quadro nos próximos meses.

“Em abril já foi possível observar redução na oferta de caminhões no principal estado produtor de grãos no país, Mato Grosso, em grande parte devido à migração para outros estados, que têm demandado transportes. Além disso, a proximidade do início da colheita de milho, tem feito com que espaços precisem ser liberados nos armazéns. Desta forma, alguma reação tem sido observada no mercado e maiores preços têm sido atribuídos aos fretes rodoviários”, analisa o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Em Mato Grosso do Sul, as cotações se mantiveram ainda com tendência de baixa em abril, mas já se começa a registrar ligeiro aumento na movimentação de cargas no período”, pondera.

No Piauí, a Conab verificou leve redução nos valores dos preços, nas diversas rotas de escoamento mesmo com o mercado de fretes apresentando aumento significativo na demanda e mantendo-se bastante aquecido. Já em São Paulo houve pouca variação nos fretes. Nenhuma praça paulista pesquisada apresentou aumento de preços e, em cinco delas, houve quedas. No Paraná não houve um comportamento uniforme no estado, com variação conforme a região analisada.

A exceção foi verificada em Minas Gerais. Quando comparado os preços de frete praticados em abril deste ano com o mesmo período do ano anterior há aumento. Essa elevação pode ser explicada pela alta de 4,4% no volume das exportações mineiras do agronegócio no primeiro trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre de 2023. Destaque para os embarques de café e açúcar. No entanto, as cotações do serviço se mantiveram relativamente estáveis em relação a março de 2024.

Exportações – Mesmo com a comercialização mais lenta, as exportações de soja atingiram, em abril, 14,70 milhões de toneladas contra 12,63 milhões ocorridas no mês anterior, um incremento de 16,3%. A quantidade exportada foi a terceira maior já registrada para um mês em toda a série histórica, apesar dos baixos preços internacionais, do atraso na colheita e das perdas provocadas pelo clima. A China foi o principal importador da oleaginosa brasileira, tendo adquirido praticamente dez milhões de toneladas, correspondente a US$ 4,29 bilhões. A maior parte foi embarcada pelos portos do Arco Norte, que expediram 35,7% da oleaginosa comercializada contra 36% escoada por Santos.

Pelos portos do Arco Norte, foram exportados 43,7% da movimentação acumulada em abril/24, contra 35,3% no mesmo período do ano anterior. Na sequência, o porto de Santos aparece com 31,8% da movimentação contra 24,4% no mesmo período do exercício passado; o porto de Paranaguá, 4,1% contra 19,4% do ano passado; enquanto pelo porto de São Francisco do Sul, foram registrados 15% dos volumes embarcados, contra 11% do exercício anterior. Os estados que mais atuaram nas vendas para exportação foram: MT, MS, PR e MA.

Já as exportações de milho no último mês atingiram 0,07 milhão de toneladas contra 0,43 milhão, observado no mês passado, e 0,47 milhão, ocorridas no mesmo período de 2023. O principal eixo de escoamento escolhido pelos produtores do cereal também foi o Arco Norte, que exportou 43,7% da movimentação em abril contra 31,8% em Santos.

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