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Comissão levanta custos de produção do tabaco

Informações passam a ser únicas entre empresas e produtores


Foto: Marcel Oliveira

A cadeia produtiva do tabaco traz algumas novidades nesta safra como, por exemplo, o levantamento do custo de produção em conjunto com as empresas e a representação dos produtores de tabaco. O estudo foi acompanhado pelos Sindicatos, Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e representantes das empresas. Na Afubra, o processamento dos levantamentos foi centralizado por uma comissão mista, formada por representantes das empresas fumageiras e dos produtores.  

“Nas safras anteriores tínhamos dois custos de produção, um feito pela empresa, e outro levantado pela representação dos produtores (Afubra e entidades sindicais). Esta modalidade não estava sendo eficiente nas negociações, pois as empresas sempre tinham um custo menor do que as representações”, destaca o vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e presidente do Sindicato Rural de Irineópolis/SC, Francisco Eraldo Konkol. O dirigente também é membro da Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração do Tabaco (CADEC), criada para acompanhar a legislação, coordenar as negociações e fazer o levantamento de custo de produção da cadeia no sul do País.

Segundo o dirigente, esta situação tomava muito tempo e era usada pelas empresas para reajustar a tabela “do jeito que elas bem entendiam”. Outra novidade foi que a empresa que não aceitou fazer o custo de produção em conjunto, ou seja, não haverá negociação com a empresa com a representação dos produtores de tabaco.

“Ainda não sabemos quais atitudes serão tomadas em relação às empresas que não farão a negociação da nova tabela do preço do tabaco com a representação dos produtores de tabaco. Esta exigência está prevista na lei de integração nº 13.288/16 e, para a empresa estar legalizada no sistema integrado, é necessário que defina a remuneração dos seus integrados, que deve ser aprovado pela CADEC – Comissão de Acompanhamento e Desenvolvimento da Cadeia do Tabaco, de cada empresa”.

Segundo Konkol, tudo indica que nesta safra a comercialização do tabaco será favorável ao produtor, pois as empresas iniciaram compra bem antecipada em relação às safras anteriores. “Recomendo aos produtores que tenham cautela na comercialização do seu produto, cuidando com o assédio dos atravessadores. Todo produtor tem um contrato com a empresa da qual está integrado, então a entrega da estimativa deve ser cumprida. Claro que a empresa deve pagar ao produtor o preço justo pelo seu produto e, toda vez que o produtor achar que não está recebendo o valor justo, deve solicitar no momento da comercialização a presença do classificador oficial, que em Santa Catarina é disponibilizado por meio de convênio entre a Afubra e a Cidasc. Se não ocorrer acordo na comercialização o produtor tem o direito de trazer seu tabaco de volta para sua propriedade, com fardos organizados, conforme enviou".

As reuniões para discutir o reajuste da nova tabela de preço do tabaco iniciarão no dia 20 de dezembro, quando será apresentado o custo de produção levantado em conjunto, e negociado o reajuste dá tabela para a safra 2021/2022. “Precisamos recuperar o preço do tabaco, pois já há algumas safras o reajuste não foi justo, sendo que nos últimos cinco anos houve somente dois acordos fechados. Nos demais, as empresas reajustaram conforme sua vontade, infringindo a Lei de integração”, afirma o dirigente.

Como orientação aos produtores, Konkol sugere que apoiem as entidades que estão hoje representando o produtor na mesa de negociações. “Precisamos demonstrar união dos produtores para as empresas. É importante também que os produtores cobrem a Afubra, que é a representante maior do produtor de tabaco. Com isso, é possível demonstrar a força e a união dos produtores”, reforça ao completar que a desunião só interessa às empresas, quando elas percebem que os produtores não estão apoiando as entidades que os representam. “Com isso, se aproveitam da situação, oferecendo reajustes bem abaixo do que o produtor precisa para obter uma boa renda na atividade”.

Para finalizar, Konkol destaca que o Sistema Sindical (Faesc, Faep e Farsul) sugeriu que produtores possam acompanhar as reuniões de negociações do reajuste da tabela do tabaco, quando forem realizadas por videoconferência, oportunizando a criação de novas lideranças do setor. “Essa proposição será debatida em reunião do Foniagro – Fórum Nacional da Cadeia Produtiva do Tabaco, que acontece nesta terça-feira, dia 14 de dezembro”.

Reuniões para definir preço

Estão marcadas para os dias 20 e 21 de dezembro as reuniões para definir o preço do tabaco para a safra 2021/2022. Os encontros serão de forma individual entre a comissão representativa dos produtores de tabaco e as empresas fumageiras. Serão adotados todos cuidados de prevenção à Covid-19. As reuniões ocorrerão de forma mista (on-line e presencial), na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS.

A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Afubra e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

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