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Cotações da soja em Chicago estabilizaram

Vale destacar que as exportações líquidas dos EUA, na semana encerrada em 12/10, para o ano 2017/18


As cotações da soja em Chicago se estabilizaram entre US$ 9,50 e US$ 10,00/bushel desde o início de setembro, após terem flertado com valores próximos de US$ 9,00/bushel na segunda metade de agosto deste ano. Neste contexto, o fechamento desta semana, no dia 26/10, ficou em US$ 9,71 para o primeiro mês cotado, contra US$ 9,86 uma semana antes. A título de comparação, em igual momento do ano passado o bushel de soja foi cotado a US$ 10,10. Portanto, faz mais de 12 meses que o mercado permanece nesta linha de preços, com breves variações para cima ou para baixo.

O mercado continua acompanhando a colheita nos EUA, a qual avançou mais rapidamente neste final de outubro graças a melhoria do clima naquele país, assim como ao ritmo de plantio na América do Sul, que melhorou igualmente já que as chuvas retornaram no Centro-Oeste e Sudeste brasileiros. Até o dia 22/10 a colheita estadunidense atingia a 70% da área, confirmando que os EUA poderão mesmo atingir a 120 milhões de toneladas, embora analistas privados ainda levantem dúvidas a respeito. A média histórica para a colheita, nesta época do ano, é de 73%. Portanto, praticamente o atraso na mesma está recuperado.

Os Fundos ainda estão muito comprados e, provavelmente, logo adiante farão um movimento de venda que poderá puxar um pouco para baixo a cotação da oleaginosa. Muito deste movimento irá depender do próximo relatório de oferta e demanda do USDA, o qual está previsto para o dia 09/11.

Pelo lado da demanda, em setembro a China anunciou compras de 8,1 milhões de toneladas, acumulando entre outubro/16 e setembro/17 um total importado de 93,5 milhões de toneladas segundo a AgResource. O Brasil forneceu 5,9 milhões de toneladas de soja aos chineses em setembro, acumulando no ano de 2017 um total de 42,85 milhões de toneladas (aumento de 19,9% sobre igual período do ano passado). Por sua vez a China comprou, nos nove primeiros meses deste ano, 20,68 milhões de toneladas dos EUA, com aumento de 14,8% sobre o ano anterior. Este comportamento chinês impede que as cotações da soja baixem e venham a romper o piso dos US$ 9,50/bushel no momento.

Nesta linha, vale destacar que as exportações líquidas dos EUA, na semana encerrada em 12/10, para o ano 2017/18, atingiram a 1,27 milhão de toneladas, sendo que a China sozinha comprou 1,17 milhão de toneladas. Decididamente, o mercado mundial da soja está em mãos dos chineses.

No Brasil, a principal notícia foi a desvalorização do Real no início desta semana, com a moeda nacional chegando a R$ 3,24 por dólar, fato que fazia tempo que não ocorria. Estas cotações, acima de R$ 3,20 praticamente duraram toda a semana, na expectativa do resultado da Câmara Federal quanto à segunda denúncia contra o presidente Temer, assim como diante da tendência de nova redução na Selic.

Graças ao câmbio, portanto, os preços nacionais da soja melhoraram um pouco neste final de outubro. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 62,19/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 67,00 e R$ 67,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 58,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 69,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 68,50/saco em Pato Branco (PR), R$ 60,50 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS), R$ 63,00 em Goiatuba (GO) e Uruçuí (PI), e R$ 61,50/saco em Pedro Afonso (TO). 

O plantio da soja avança bem no país. Segundo AgResource o mesmo atingiu a 30,6% em 25/10, contra a média histórica de 34,5%. Ainda há preocupações com o regime de chuvas no Centro Oeste brasileiro. Por sua vez, segundo Safras & Mercado, até o dia 20/10 o plantio nacional chegava a 18,5%, contra 19,9% na média histórica, sendo que o Paraná havia semeado 51%, contra 43% na média; o Mato Grosso 25%, contra 31%; o Mato Grosso do Sul 34%, contra 34% igualmente na média; Goiás 6%, contra 13%; e São Paulo 20%, contra 5,5% na média histórica.

Vale ainda destacar que Safras & Mercado projeta uma safra brasileira de soja, em 2017/18, com 114,7 milhões de toneladas, sendo 31,3 milhões no Mato Grosso, 18,8 milhões no Paraná e 18,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. A destacar a forte produção projetada para o Estado gaúcho.

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