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Cotações da soja trabalharam em leve baixa

Mercado já absorveu os possíveis efeitos da guerra comercial entre EUA e China


As cotações da soja nesta semana trabalharam em leve baixa, porém, no final da mesma houve recuperação, com o fechamento da quinta-feira (27) ficando em US$ 8,55/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 8,50 na semana anterior.

O mercado já absorveu os possíveis efeitos da guerra comercial entre EUA e China, fato que não tem provocado mais grandes impactos nos preços da soja, embora as preocupações sobre o caso continuem. Especialmente porque, em termos de longo prazo, a situação pode piorar na medida em que a China cancelou as reuniões programadas para estes últimos dias de setembro, as quais tinham como objetivo iniciar um processo de negociação para terminar o conflito.

O que pesa agora no mercado, de forma mais intensa, é o ritmo de colheita da soja nos EUA. Neste sentido, o quadro continua sendo baixista já que a mesma atingiu a 14% da área semeada até o dia 23/09, contra 8% na média histórica. Ao mesmo tempo, as condições das lavouras a serem colhidas se mantinham em 68% entre boas a excelentes, e apenas 10% entre ruins a muito ruins.

Por outro lado, as exportações líquidas estadunidenses, mesmo com o conflito com a China, se mantêm positivas, atingindo a 917.600 toneladas na semana encerrada em 13/09, ficando acima do que o mercado esperava. Isso deu certo suporte às cotações. Já as inspeções de exportação de soja somaram 693.890 toneladas na semana encerrada em 20/09, acumulando um total de 2,3 milhões de toneladas desde o dia 1º de setembro, quando se iniciou o ano 2018/19, contra 3,08 milhões em igual período do ano comercial anterior.

Vale destacar que o óleo de soja reagiu um pouco em Chicago, puxado pela elevação do preço mundial do petróleo, o qual ultrapassou os US$ 80,00/barril durante a semana, se estabelecendo em um nível que não era visto há alguns meses. 

Houve igualmente especulações quanto a possibilidade de importações de soja dos EUA por parte da Argentina, depois da severa quebra da última safra do vizinho país. Porém, as mesmas não teriam se confirmado. Fala-se de que os argentinos comprariam 2 milhões de toneladas do produto e que até o Brasil poderia adquirir um milhão de toneladas de soja estadunidense. Na prática, o bushel de soja está em seu mais baixo nível dos últimos 10 anos e o mercado tem buscado qualquer motivo para tentar animar as cotações, diante de uma safra recorde que vem sendo colhida nos EUA.

Já no Brasil, os preços da soja estacionaram e até recuaram um pouco durante esta semana. Isto se deu pelo recuo do câmbio, na medida em que o Real oscilou entre R$ 4,00 e R$ 4,10 por dólar na semana. A lenta revalorização da moeda brasileira estaria ligada ao fato de que o mercado absorveu o resultado das pesquisas eleitorais como algo irreversível, ao menos no primeiro turno, assim como a forte possibilidade de a Selic voltar a subir na próxima reunião do Copom, após o juro básico dos EUA ter sido aumentado nesta semana para 2% e 2,25% ao ano.

Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 82,09/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 88,50 e R$ 89,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 74,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 89,00/saco no norte e centro do Paraná, assim como na região catarinense de Campos Novos, passando por R$ 82,00 em São Gabriel (MS); R$ 84,00 em Goiatuba (GO); R$ 76,00 em Pedro Afonso (TO) e R$ 78,00 em Uruçuí (PI). 

Enfim, neste período de entressafra nacional, as atenções se voltam para o início do plantio da nova safra da oleaginosa. Até o dia 21/09 o mesmo atingia a 2,1% da área no Brasil, sendo 12% no Paraná e 1% no Mato Grosso. 

Paralelamente, os prêmios nos portos brasileiros se mantiveram muito firmes, girando entre US$ 2,13 e US$ 2,62/bushel neste semana. 
 

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