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Dia do Engenheiro Agrônomo: uma homenagem aos profissionais da terra

Agrolink parabeniza todos profissionais celebrada há 82 anos


Com a forte expansão da agropecuária no Brasil, tornou-se necessário a presença de um especialista para administrar este setor. Porém, de nada adianta gerenciar os negócios rurais com eficiência se não existirem métodos adequados de produção, produtos de qualidade, além de uma plantação saudável.

O engenheiro agrônomo é o profissional que estuda, analisa e acompanha todos os ciclos da cadeia produtiva, desde quando se planta a semente até o cálculo dos estoques de produtos. Este técnico estuda as melhores maneiras de se preparar o solo, combater as doenças e pragas e de armazenar a produção.

Há 82 anos, o dia 12 de outubro é dedicado à comemoração da profissão de Engenheiro Agrônomo. A data foi regulamentada oficialmente para dar a devida importância aos profissionais, que tem competência para atuar em equipamentos, planejamentos, créditos, produção de animais e vegetais. A profissão, considerada uma das principais do setor agrícola, é fundamental também para sustentar os pilares da economia do Brasil.

O Engenheiro Agrônomo é um generalista por natureza, pois atua com diversas áreas de conhecimento. Desta forma, deve manter-se sempre atualizado, principalmente no tocante a novas tecnologias elaboradas para potencializar o setor.

Conforme o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Fitotecnia José Luis da Silva Nunes, tecnologias como agricultura de precisão, geoprocessamento, georreferenciamento, entre outras são ferramentas que facilitam a aplicação prática de todos os conhecimentos adquiridos pelo profissional da área. “Além disto, a internet é uma ferramenta que garante instantaneidade nas informações e facilita a tomada de decisão por parte do Agrônomo. Por isto, a importância de Portais, como o Agrolink”, destaca.



Além disso, o agrônomo deve gerar conhecimento, cientificamente fundamentado, politicamente orientado, focado nos problemas dos próximos anos e com uma ação fundamental nas decisões de hoje. O colaborador do Instituto Phytus e membro do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), Ricardo Balardin, ressalta que o engenheiro agrônomo precisa ocupar espaço na sociedade. “Nos preocupamos apenas com o meio rural, e nos esquecemos de que 90% da população é urbana e determinante em decisões importantes para o nosso desempenho profissional”, sintetiza.

Da tecnologia ao campo
A atividade do agrônomo dispõe de um leque de oportunidades em que se pode operar, inclusive nas áreas de marketing, inteligência de mercado, análise de risco, entre outras. Isso demonstra uma mudança importante no papel deste profissional, que deixa de ser prioritariamente técnico e passa a ser também um consultor altamente especializado, independente da área de atuação. Além disso, com o avanço da tecnologia, ele consegue ainda, trabalhar em diversas áreas e também construir um planejamento para o trabalho dele.

Hoje, as novas mídias e plataformas da internet também conectaram as ações realizadas pelo engenheiro agrônomo com o produtor rural, seja no lugar que for.

Para a Diretora do Portal Agrolink, Nadia Borges, o uso de diferentes tecnologias é indispensável para boas práticas e obtenção de melhores resultados. Com a ferramenta Agrolinkfito, por exemplo, o agrônomo consegue consultar alterações diárias concedidas pelo Ministério da Agricultura, liberações de produtos, novas moléculas, bulas quase em tempo real. O Agrolinkfito é uma versão online dos compêndios de defensivos agrícolas, que em versões impressas acabavam sempre desatualizadas. O sistema de consultas pode ser acessado gratuitamente no Agrolink.

Nadia Borges ressalta ainda que outros serviços essenciais para as diferentes necessidades dos produtores, como previsão do tempo de maior precisão, gráficos e mapas de satélites, dados sobre agricultura de precisão, robôs,  softwares, drones e aplicativos que também facilitam a vida de agrônomos dando velocidade e qualidade aos processos e tomadas de decisões, multiplicando os conhecimentos para dentro das lavouras; a tecnologia esta evoluindo a favor do campo.

Limite x Potencialidade
Além de estar ligado as novas ciências, o engenheiro agrônomo ainda precisar estar atento ao mercado atual e futuro. Com um mercado regado de profissionais altamente capacitados, com mestrado e doutorado, atuando ao lado dos produtores, a agronomia têm se tornado um campo disputado, porém atraente.

Em função disso, as universidades e centros de pesquisa são obrigados a oferecerem ensino de qualidade capaz de formar profissionais capacitados para atender todas as áreas de conhecimentos.

Ricardo Balardin, Ph.D. em Crop and Soil Science and Plant Pathology (Dual Major) - Michigan State University, acrescenta que as potencialidades da área são enormes, pois não há limites para novos conhecimentos. “A agronomia está presente em diversos segmentos da cadeia alimentar e também em biotecnologia, genética, OGM, metabolomica, proteomica. Estas são algumas das áreas que podemos nos envolver”, pontua.

Além de garantir comida de boa qualidade à população, o produtor rural também pode aumentar a renda com base nas orientações e acompanhamento deste profissional. A agropecuária nacional vem aumentando ano a ano os incentivos para o setor a fim de potencializar a cadeia agropecuária.

Em 2015, o segmento registrou crescimento no campo impulsionando a produção de alimentos, por exemplo. Para o ciclo 2015/16, o governo federal e o Mapa já destinaram mais de R$ 180 bilhões em crédito para o campo, por meio do Plano Agrícola e Pecuário. Com isso, a tendência é de que o Brasil registre, novamente, colheita recorde de alimentos e grãos.

Sucessão familiar: a família no campo
Quantas vezes as pessoas sonham em atuar nas mesmas profissões de nossos pais? No campo, a sucessão familiar é uma das provas de que muitos conseguiram trilhar os mesmos passos de nossos pais. Hoje, diferentes engenheiros agronômicos têm investido nas atividades rurais por meio da sucessão familiar.

Contudo, o processo sucessório de uma empresa familiar deve contar com planejamento e governança para que as particularidades de cada grupo familiar ou empresarial possam ser levadas em consideração, explica o consultor agronômico e diretor da Safras & Cifras Cilotér Borges Iribarrem.

“O que tem auxiliado na modernização da gestão e diminuição de atritos nas relações de família versus patrimônio e negócio, é a implantação de um planejamento sucessório. Este estudo, com a presença de sucessores e sucedidos, faz com que as empresas não se dividam no futuro podendo até aumentar a escala de produção”, conclui.


Paulo Miguel Nedel, 40 anos, Eng. Agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 2001.
“Sou neto, sobrinho e filho de produtor, então estou na 3ª geração praticando agricultura no Rio Grande do Sul(Giruá e São Borja) e também em Goiás (Formosa). Meu avô, Herberto Schneider, foi um agricultor auto didata pioneiro aqui em Giruá nas culturas de trigo e soja, na década de 1970. Meu pai e meu tio (também Eng. Agr.) deram continuidade, desenvolvimento e crescimento no ramo de cultivo de grandes culturas, abrindo áreas no Centro-Oeste, mais precisamente em Formosa-GO (desde 1985) e em São Borja (desde 2001).

Atualmente me sinto muito confortável e humilde em dizer que peguei “a coisa pronta”, “a máquina andando”, e só preciso dar continuidade a essa fantástica atividade que apesar de todas as dificuldades, nos encanta, que é a agricultura.

Por outro lado, estamos vendo e concluindo que essa agricultura moderna está muito dinâmica, ou seja, a cada ano surgem novidades como: manejos diferenciados, novas cultivares, novos implementos como pulverizadores, colheitadeiras e plantadeiras, novos produtos a serem aplicados via semente ou via folha.

Estamos observando novos potencias de produtividade, praticamente em todas as grandes culturas, como soja, milho e trigo. Um exemplo que todos estamos acompanhando é esse concurso anual de produtividade do CESB (Comitê Estratégico de Soja Brasil), o qual tive o prazer de estar com o vencedor deste ano em Cruz Alta/RS: o produtor e Eng. Agr. Alisson do Paraná, que conseguiu a fantástica produtividade de 142 scs/ha.

Há 10 anos atrás quando eu falava pro meu avô que um dia o produtor de soja iria colher 100 scs/ha, ele dava risada, já que as produtividades de soja a 10 anos atrás giravam em torno dos 50 scs/ha.

Isso nos mostra que estamos numa nova fase da agricultura, a fase da alta tecnologia para obtermos altas produtividades. O custo da terra está muito alto, dos maquinários, dos insumos e dos químicos. Sendo assim, não vejo outra saída para o produtor rural no Brasil, senão aumentar produtividade, pois estamos vendo que essas novas cultivares estão nos permitindo, com seu potencial genético, basta fazermos a nossa parte e o clima ajudar, o importante é acreditar e não desanimar.

Precisamos caprichar e levar a sério, investir na lavoura sempre pensando na sustentabilidade do agronegócio, pois o tempo passa muito rápido e em pouco tempo nossos filhos estarão sentando na nossa cadeira e assumindo nossas funções”.

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