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Exportações do agro gaúcho têm maior queda na década

O principal responsável pela redução nas vendas foi o complexo soja


Foto: Pixabay

A estiagem foi a grande vilã do agronegócio no Rio Grande do Sul em 2020. A safra de grãos acumulou quedas de mais de 40% na soja e 30% no milho. O reflexo apareceu nas exportações que tiveram uma queda de 16,1% no ano. O Estado totalizou US$ 10,1 bilhões. Em termos absolutos, as vendas externas do agronegócio gaúcho somaram o menor valor desde 2010.

A principal responsável pela redução nas vendas do segmento, em termos absolutos, foi o complexo soja (menos US$ 1,2 bilhão; -23,5%), seguido do setor de produtos florestais (menos US$ 580,4 milhões; -37,7%) e fumo (menos US$ 437,8 milhões; -24,7%). No total, a queda no comércio foi de US$ 1,9 bilhão no período.

Dos cinco principais setores exportadores do agronegócio do Rio Grande do Sul, dois apresentaram alta nos números: carnes (US$ 286,8 milhões; +16,9%) e cereais, farinhas e preparações (106,3 milhões; +19,1%).  Entre as proteínas  o ano apresentou alta significativa nas vendas das carnes suína (mais US$ 215,8 milhões; +52,4%) e bovina (mais US$ 65,5 milhões; +24,9%). No setor de cereais, farinhas e preparações, o destaque nas exportações ficou por conta do arroz, com alta de 37,3% em valor e que, assim, alcançou o segundo maior volume em vendas da série histórica, iniciada em 1997, com 1,3 milhão de toneladas.

Quanto aos principais destinos das exportações a China manteve a liderança, responsável por 41,4% do total. Apesar do primeiro lugar, o país asiático apresentou redução de 23,2% nas compras, o que significou menos U$$ 1,3 bilhão no ano, com destaque para a redução nas compras de soja em grão (-29,2%), celulose (-57,2%) e fumo não manufaturado (-60,4%). Por outro lado, as vendas de carnes (+103,9%) tiveram forte expansão para o país, em especial a carne suína, com alta de 147,1% nas vendas.

O ranking de principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho é seguido por União Europeia (13,8%), Estados Unidos (4,7%), Arábia Saudita (3,2%) e Coreia do Sul (3%). Com exceção da Coréia do Sul, que apresentou alta de 4,6%.

Segundo o boletim Indicadores do Agronegócio do RS, elaborado pelos pesquisadores Sérgio Leusin Junior e Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), para 2021 há algumas incertezas.

Preços agropecuários elevados, dúvidas em relação às compras de soja brasileira pela China e às condições climáticas no Rio Grande do Sul, além da manutenção dos patamares elevados de vendas no setor de carnes, são algumas das perspectivas.

Com a redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a preferência dos asiáticos pela soja brasileira pode diminuir, ao mesmo tempo em que o rebanho suíno chinês, impactado pela Peste Suína Africana nos últimos anos, ainda seguirá em recuperação, o que significa uma forte demanda pelo produto.
Quanto aos impactos da pandemia nas vendas do agronegócio gaúcho, a perspectiva é para uma dinâmica similar à registrada em 2020.

"De maneira geral, no último ano houve uma elevação na demanda mundial por alimentos básicos, seja para a formação de estoques preventivos, mas também porque uma parcela maior da população realizou suas refeições em casa. Os efeitos mais visíveis foram na demanda, nos estoques e nos preços do arroz e do trigo, que apresentaram crescimentos expressivos em 2020", ressalta Sérgio Leusin Junior.

* com informações da Seapdr
 

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