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Flores e HF buscam reinvenção da atividade

Divulgação em redes sociais e venda on-line são as soluções imediatas


Foto: Divulgação

Dois setores do agronegócio foram os mais afetados pelo coronavírus: o de flores e de hortifrutigranjeiros. Cerca de 8 mil produtores cultivam flores mas a cadeia é bem maior. O setor movimentou R$ 8,67 bilhões em toda cadeia no ano passado e gera 210 mil empregos diretos e mais de 800 mil indiretos. O impacto do fechamento de pontos de venda foi imediato. Só nas duas semanas próximas ao Dia das Mães, uma das principais datas para o setor, as perdas somaram R$ 297,7 milhões.

Aos poucos as coisas vão voltando ao lugar. Cooperativas e produtores apostam em divulgação nas redes sociais e nas vendas on-line para recuperar o prejuízo. Campanhas chamam para a importância de datas comemorativas e de comprar flores e plantas ornamentais para enfeitar as casas nesse momento de home office e quarentena. “Várias ações foram tomadas pelo setor para enfrentar a crise. Entre elas, a venda por aplicativos, mas principalmente também via redes sociais, ou seja, divulgação via WhatsApp,” explica o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Opitz. 

Durante os primeiros meses da quarentena, o setor teve prejuízo de 90% nas vendas. Os produtores tiveram que descartar parte de sua produção pois não havia mercado para estas flores, com especial destaque para as flores de corte, devido ao cancelamento dos eventos como casamentos, festas e até velórios. 

O setor de flores foi um dos beneficiados pelo pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo federal no início de abril, para minimizar as dificuldades dos produtores. Além da prorrogação das amortizações de financiamentos de custeio e de investimentos, os pequenos produtores, principalmente os de flores, hortifrútis, leite, aquicultura e pesca, passaram a ter acesso a linhas especiais de crédito. “Hoje já temos um certo equilíbrio, passada a fase aguda da parte econômica da pandemia, já temos percebido a retomada do setor", explica o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel.

No hortifruti os impactos vieram de formas diferentes. Os pequenos produtores sentiram os impactos da interrupção das atividades, principalmente feiras, restaurantes, bares e instituições. Já os grandes produtores que comercializam diretamente com os supermercados conseguiram manter o fluxo de escoamento das frutas e legumes e, não foram tão afetados. 

Desta forma os pequenos produtores também tiveram que buscar alternativas para comercializar os produtos que estavam na lavoura, como a venda de cestas de frutas e legumes por delivery, e-commerce, redes sociais e WhatsApp. 

Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que nos cinco primeiros meses do ano, a comercialização total de hortaliças nas Ceasas caiu 3% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2019. Apesar de a venda destes produtos ter caído em razão do fechamento de bares e restaurantes, interrupção das atividades nas unidades de ensino e paralisação das feiras livres, o consumo direto de hortaliças pelas famílias aumentou. 

O subgrupo mais atingido foi o das folhosas. Como são produtos extremamente perecíveis, a retração da demanda aliada à preferência por hortaliças passíveis de serem consumidas cozidas, ocasionaram perdas no campo. 

Por terem sido considerados setores essenciais pelo Ministério da Agricultura, os setores de hortaliças e hortifruti não tiveram interrupção do seu fornecimento. “Foram garantidas as questões de escoamento, produção e foram desenvolvidos protocolos baseados em recomendações do Ministério da Saúde para que feiras livres e o funcionamento das Ceasas acontecessem dentro das boas regras sanitárias. Isso deu as garantias, no curtíssimo prazo, para que esse tipo de consumo acontecesse”, explica Rangel. 

O Mapa criou um canal no WhatsApp para que agricultores familiares comuniquem o órgão federal sobre possíveis perdas de alimentos ocasionadas por problemas na comercialização em função da Covid-19. Além disso o programa Feira Segura foi lançado em abril para ajudar os produtores rurais que estavam com dificuldade para vender a produção e para que os alimentos chegassem mais facilmente à mesa dos brasileiros. 

*com informações do MAPA

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