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Infocafé de 12/04/22

O mercado desta terça-feira (12) operou em baixa, em N.Y. a posição maio oscilou entre a mínima de -3,85 pontos e máxima de +1,15 fechando em -3,00pts


Foto: Marcel Oliveira

O mercado desta terça-feira (12) operou em baixa, em N.Y. a posição maio oscilou entre a mínima de -3,85 pontos e máxima de +1,15 fechando em -3,00pts

O dólar fechou em queda de 0,28%, cotado a R$ 4,6766, nesta terça-feira (12), após os investidores avaliarem os dados da inflação dos EUA, que vieram acima do esperado em março e podem intensificar a pressão por aumentos nos juros daquele país. No exterior, os investidores avaliam dados de inflação nos Estados Unidos que subiu a 8,5% em março, estimulando apostas de aumentos maiores na taxa de juros norte-americana. Por aqui, o IBGE divulgou o resultado do setor de serviços em fevereiro, que recuou 0,2%, no segundo mês seguido de queda – acumulando recuo de 2% no ano. Os investidores seguiam de olho na trajetória dos juros no país e nos próximos passos do Banco Central, depois que o resultado de março do IPCA veio acima do esperado e colocou em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário em maio. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que o resultado da inflação de março foi uma "surpresa" e os núcleos do IPCA "estão muito altos", aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano. Juros mais altos no Brasil tornam a moeda local mais interessante para investidores que buscam rendimento em ativos mais arriscados. 

A demanda do brasileiro por café deverá fechar o ano fiscal 2021/22, em junho, com a primeira queda anual em mais de dez anos, pelo menos, com um quadro de desaceleração econômica e disparada nos preços reduzindo o consumo do tradicional cafezinho no país que é o segundo consumidor global, avaliou um estudo da hEDGEpoint Global Markets. “Em um ano que combina perdas substanciais no salário mínimo devido a altas taxas da inflação, juntamente com atividade econômica lenta e aumento dos preços ao consumidor final, a demanda deve registrar impactos negativos”, disse a analista Natália Gandolphi, em estudo obtido com exclusividade pela Reuters. A especialista na empresa de gestão de risco e hedge de commodities agrícolas e energéticas estimou uma queda de 4% na demanda interna do Brasil, para 21,5 milhões de sacas de 60 kg, no ano entre julho de 2021 a junho de 2022. A pesquisa foi divulgada após a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) ter publicado uma estimativa de crescimento no consumo de café no país de 1,7% no período entre novembro de 2020 e outubro de 2021, na semana passada. Mas a analista da hEDGEpoint ressaltou que no período avaliado pela Abic os consumidores mais carentes contaram com auxílio emergencial do governo, o que foi importante para que a população mantivesse o padrão de consumo. A especialista notou que o auxílio está sendo considerado para 2022, com novo “layout”, mas ainda não foi lançado. “Assim, nossa projeção está em linha com esse cenário: menor crescimento econômico, salário mínimo prejudicado pela inflação e ausência de assistência governamental que sustente o poder de compra –tudo isso com preços em alta.” Embora a Abic tenha apresentado um quadro de consumo mais resiliente, a própria associação admitiu uma situação desafiadora, com a indústria reajustando o preço em 52% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. Foi repassada apenas parte da alta da matéria-prima, que disparou 155% após uma colheita menor pela seca em 2021 e geadas, que reduziram o potencial de safra de 2022. Para o novo ano fiscal, entre julho de 2022 e junho de 2023, a hEDGEpoint espera uma recuperação no nível de consumo do Brasil –que fica atrás dos EUA entre os maiores consumidores globais–, ainda que para níveis inferiores aos vistos em 2020/21 (22,4 milhões de sacas), caso a situação econômica continue a se deteriorar em 2023. 

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