Liberação do trânsito de animais impulsiona Devon
Decisão possibilita que bovinos e bubalinos circulem entre estados do Bloco I da retirada da vacina da aftosa
Agrolink
- Eliza Maliszewski
Foto: Alexandre Teixeira
Na semana passada mostramos que o trânsito de bovinos e bubalinos estava liberado entre os estados do Bloco I: Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e regiões do Amazonas e do Mato Grosso. O Ministério da Agricultura considera que estes estados e regiões estão em fase de transição, cumprindo os requisitos necessários para o pleito de zonas livres de febre aftosa sem vacinação junto à Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, com regramentos e controles sanitários consonantes.
Desde dezembro do ano passado esse trânsito estava suspenso e o Rio Grande do Sul negocia aproximadamente 50 por cento do gado em pé com o mercado paranaense. O trânsito de bovinos e bubalinos estava impedido desde dezembro passado.
A nova posição animou os pecuaristas gaúchos, que observam novas oportunidades.Uma das raças beneficiadas é a Devon. O rebanho brasileiro da raça é estimado em 250 mil cabeças, das quais 150 mil estão localizadas em terras gaúchas e 20 mil são de animais puros de origem (PO).
“Além da comercialização de terneiros em terminação e de animais de alta genética, poderemos voltar a participar de eventos agropecuários importantes. É um mercado em que estamos entrando e sendo muito bem recebidos, oportunidades que podem trazer maior visibilidade para a raça Devon no Paraná”, diz Gilson Hoffmann, vice-presidente comercial da Associação Brasileira de Criadores de Devon.
A liberação traz boas perspectivas, também, na visão de Simone Bianchini, presidente da ABCDevon. “Nossos animais têm como uma das principais características a adaptabilidade. Assim como se dão bem na Serra catarinense, no Pampa gaúcho e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, com cases de sucesso, se desenvolvem perfeitamente em qualquer região do país. É um grande passo em direção ao crescimento da raça”, projeta.
A raça britânica é conhecida por rusticidade, fertilidade, aptidão materna, precocidade e docilidade. Também se verifica que o Devon é uma raça que, mesmo submetida às piores condições de forrageiras, tem alta habilidade em convertê-las, com precocidade no acabamento. Excelente para corte, tem sido usada em cruzamentos com zebuínos.
Veja os impactos da retirada da vacinação contra febre aftosa.