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Mercado de flores também pode ser impactado por crise dos fertilizantes

Busca por produtos mais eficientes e sustentáveis, como os adubos organominerais, deve se intensificar


Foto: Eliza Maliszewski

A beleza das flores brasileiras também pode ser impactada pela guerra do outro lado do mundo. Isso porque o Brasil utiliza parte do fertilizante importado da Rússia para a produção de flores, um mercado que movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR). Uma das alternativas para driblar uma possível escassez de fertilizantes está no uso de adubos organominerais, que nutrem o solo de forma mais eficiente e sustentável.

De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Gilberto, do departamento técnico da empresa Supergarden, assim como o setor dos agronegócios, o mercado Garden também pode ser impactado pela crise dos fertilizantes provocada pela guerra, já que os produtos químicos utilizados na produção de flores e no paisagismo também são provenientes de outros países, como a Rússia, que responde por 25% das importações brasileiras de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).

“O agronegócio está preocupado com a produtividade das lavouras e nós estamos atentos ao nosso mercado, que não se baseia na produtividade agrícola, mas sim na beleza das flores e plantas ornamentais. O mercado Garden já busca alternativas mais sustentáveis para o uso de fertilizantes químicos há alguns anos e isso agora deve se intensificar”, avalia.

O uso de fertilizantes orgânicos aumenta a biodiversidade do solo, com o surgimento de microrganismos e fungos que contribuem para o crescimento das plantas. A longo prazo, eles contribuem ainda para a produtividade do solo, diferentemente do que acontece com os fertilizantes químicos convencionais.

Os adubos organominerais, por exemplo, são formulados com três frações: mineral, biológica e orgânica. “Eles possuem uma parte de macro e micro nutrientes combinada com material orgânico rico em nutrientes e de alto valor agregado com microrganismos benéficos. Essa junção de elementos resulta em um produto biológico altamente sustentável e eficiente”, afirma Gilberto.

Essa alta eficiência atrelada à biotecnologia traz como benefício a redução do uso de NPK, algo desejado pelas condições atuais de mercado, mas também para diminuição das emissões de carbono na atmosfera. Além disso, os adubos organominerais melhoram as condições físicas, químicas e biológicas do solo, descompactam a terra e recompõem a sua biota natural.

“Outras vantagens são a melhora no enraizamento das plantas e da absorção de água e nutrientes. Essa tecnologia ajuda também na disponibilização de fósforo e potássio, elementos indispensáveis para o desenvolvimento das plantas e que perdem eficiência quando usados pela adubação com insumos convencionais, puramente químicos. Os organominerais evitam folhas roxas e pontas secas, ou seja, deixam as flores muito mais bonitas e saudáveis”, explica o responsável pelo departamento técnico da Supergarden.

 

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