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Recebimento de amêndoas de cacau diminui 7,5%

Foram recebidas 8.236 toneladas de amêndoas, ante 8.904 toneladas recebidas em fevereiro


Foto: Pixabay

O volume total de amêndoas de cacau recebido pelas indústrias processadoras caiu 7,5% em março, de acordo com os dados compilados pelo SindiDados e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). De acordo com o levantamento, foram recebidas 8.236 toneladas de amêndoas, ante 8.904 toneladas recebidas em fevereiro. Embora tenha havido uma retração no comparativo mensal, no acumulado dos três primeiros meses do ano, o volume recebido pelas indústrias aumentou 119% e ficou em 28.931 toneladas, ante 13.161 toneladas registradas no mesmo período de 2021. “A queda do volume de entradas de cacau no fim da safra principal já era esperada, mas estamos muito otimistas com os resultados deste ano. O aumento no acumulado desse trimestre se deve a um esforço conjunto de toda a cadeia de suprimentos e de atores governamentais, em boas práticas de manejo, assistência técnica e melhoria da produtividade. A Bahia que teve um excelente resultado na safra do ano passado continua apresentando um ótimo volume nesse trimestre. O Pará também tem apresentado ótimos resultados, recuperando-se das perdas causadas em 2021 pelas oscilações climáticas”, explica Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.

Já a moagem registrou aumento de 10,8% em março na comparação a fevereiro, com 19.385 toneladas ante 17.484 toneladas. No trimestre, o volume processado recuou 1,5% e ficou em 55.439 toneladas ante 56.273 toneladas. Segundo Anna Paula a “estabilidade na moagem, ainda que apresente uma pequena queda, é reflexo da queda no consumo de alguns produtos. A perspectiva é que os volumes no decorrer do ano continuem estáveis em relação a 2021”.

Ainda no mês de março houve um pequeno volume de amêndoas importadas, que somaram 3.003 toneladas, volume 62,4% inferior às 8.000 toneladas importadas em março passado. Na comparação do trimestre houve uma redução de 90% nas importações, com 3.003 toneladas importadas nos três primeiros meses de 2022 ante 30.500 toneladas importadas no mesmo período de 2021. Anna Paula reforça que conforme a produção de cacau no Brasil for aumentando a tendência será de queda na importação, visto que o volume é necessário para atender os clientes internacionais: “Se a produção nacional de amêndoas for suficiente para atendermos nossos clientes locais e internacionais, a importação não será mais necessária. Temos trabalhado com diversos parceiros para incentivar o aumento da produção de cacau no Brasil, por meio de melhores produtividades das áreas já existentes e da produção de cacau em áreas não tradicionais, sempre buscando o cultivo sustentável, por meio da recuperação de áreas degradas e da preservação do meio ambiente”.

Dados por estado

Em março, o recebimento de amêndoas da Bahia foi 8% menor em comparação a fevereiro, ficando em 4.786 toneladas ante 5.208 toneladas. No Espírito Santo, o volume ficou em 146 toneladas, ante 535 toneladas em fevereiro, redução de 72,7%. Já o recebimento de Rondônia registrou aumento de 608% e fechou o mês em 170 toneladas ante 24 toneladas. No caso do Pará, o volume permaneceu praticamente estável em 3.135 toneladas.

Quando se olha os dados do acumulado do trimestre, os recebimentos vindos da Bahia cresceram 81% em comparação a 2021, passando de 9.296 toneladas para 16.829 toneladas. No Pará, os recebimentos registraram alta de 284% de 2.688 toneladas para 10.336 toneladas. O aumento do recebimento de amêndoas do Espírito Santo no trimestre foi de 150%, passando de 620 toneladas para 1.555 toneladas, enquanto o recebimento de Rondônia cresceu 88,3% e fechou o período em 211 toneladas ante 112 toneladas.

Análise do mercado internacional

Análise da consultoria StoneX sobre o mercado de cacau apontou que diante do encerramento de março, o segundo futuro de cacau, negociado na ICE NY, operou com considerável volatilidade, oscilando entre U$2.487 e U$2.729 a toneladas, antes de encerrar o mês cotado a U$2.687. O analista de mercado da consultoria, Caio Santos, explica que apesar de o mercado ter refletido destaques como a manutenção da guerra no Leste Europeu e a elevação das taxas de juros internacionalmente, ambos pressionando os preços das commodities, “existe um reforço na perspectiva de déficit, motivado pelo baixo volume de chuvas na África e redução da oferta de fertilizantes, expressivamente utilizados no cultivo em Gana, fatores que contribuíram para a elevação de 132 pontos na cotação, se comparada ao final de fevereiro”.

as informações são da AIPC.

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