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RS reduz em 66% denúncias de deriva

A situação demonstra que as aplicações estão sendo realizadas com mais cuidado


Foto: Luciane Rubim

O número de denúncias de deriva por herbicidas hormonais no Rio Grande do Sul registrou queda de 66% em relação ao ano passado. De agosto a outubro, período mais usado pelos produtores rurais para aplicações dos herbicidas, foram 15 ocorrências de deriva, em 12 municípios gaúchos. No mesmo período de 2020 haviam sido 44 casos de deriva, em 25 municípios.

As ocorrências são feitas por canais especificos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). “Embora os resultados, em números brutos de denúncias sejam iniciais, a Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários (DISA) está confiante de que nesta safra teremos redução nos casos de derivas e contaminações”, afirma o chefe da DISA, fiscal estadual agropecuário Rafael Friedrich de Lima.

A redução é atribuída ao maior cuidado na hora da aplicação, resultado de treinamentos e fiscalizações, orientações aos produtores rurais, responsáveis técnicos e comerciantes. Aliado ao poder público, as entidades ligadas ao setor também vêm desempenhando importante papel na divulgação das normas, cursos e conscientização nos cuidados na aplicação dos agrotóxicos hormonais.

“O cadastro de cultivos sensíveis, o pronto atendimento de denúncias, a exigência de curso específico para aplicação e as ações orientativas estão apresentando resultado positivo nesta safra. Há muito por fazer ainda, mas estamos confiantes nas ações”, ressalta Felicetti.

Fiscais da Secretaria da Agricultura têm atendido as ocorrências e efetuado as coletas nas propriedades atingidas pela deriva. As amostras, que têm sido congeladas, são submetidas à análise de resíduos de agrotóxicos por laboratório especializado. No momento, o processamento das análises está aguardando recurso para efetivação, oriundo de inquérito civil do Ministério Público Estadual. “O recurso destinado para as análises é extraordinário, mas a SEAPDR já efetivou a dotação de orçamento próprio para as próximas safras”, informa o diretor do Departamento de Defesa Vegetal, fiscal estadual agropecuário Ricardo Augusto Felicetti. Ele explica que, por estarem congeladas, as amostras não têm perdas do princípio ativo e, portanto, os resultados serão confiáveis assim que as análises puderem ser efetuadas.

Na safra atual, os municípios que registraram ocorrências de deriva até outubro foram Dom Pedrito, Erechim, Itaqui, Jaguari, Maçambará, Piratini, Santa Maria, Sant’Ana do Livramento, São João do Polêsine, São Sepé, Sobradinho e Vacaria. As amostras foram colhidas em cultivos de maçã, hortaliças, uva, noz-pecã, tabaco e oliveiras.

A Secretaria da Agricultura mantém canais de denúncia exclusivos para a ocorrência de deriva do 2,4-D e outros agrotóxicos hormonais em culturas sensíveis como macieira, videira, oliveira, nogueira-pecã, erva-mate, tomate, tabaco e hortaliças. O produtor rural que presenciar as irregularidades poderá formalizar a denúncia pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (51) 9 8412-9961.

As denúncias deverão conter as seguintes informações:
- Localização da aplicação (município, distrito, localidade, pontos de referência);
- Data da aplicação/data da detecção dos sintomas de fitotoxidade;
- Horário da aplicação;
- Nome do proprietário/propriedade que está aplicando;
- Cultura afetada;
- Nome do proprietário da propriedade afetada.

Sempre que for possível, encaminhar fotos e vídeos junto às informações da denúncia.
 

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