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Soja: média de junho ficou em apenas US$ 9,25/bushel

Mercado esteve sob influência dos relatórios de plantio e de estoques trimestrais nos EUA, anunciados em 29/06


Nesta primeira semana de julho, mais curta nos EUA devido ao feriado do Dia da Independência (04/07), as cotações da soja voltaram a recuar, fechando a quinta-feira (05) em US$ 8,35/bushel, contra US$ 8,61 uma semana antes. A média de junho ficou em apenas US$ 9,25/bushel, contra US$ 10,20 em maio, sendo a mais baixa média mensal desde junho de 2017. 

O mercado esteve sob influência dos relatórios de plantio e de estoques trimestrais nos EUA, anunciados em 29/06. Quanto ao plantio, o mesmo indicou uma área definitiva de 36,26 milhões de hectares semeados com soja neste ano. A mesma é 1% menor do que a área do ano passado, porém, maior do que a intenção de plantio indicou no final de março passado. Ao mesmo tempo, quanto aos estoques trimestrais na posição de 1º de junho, os mesmos atingiram a 33,2 milhões de toneladas, ficando 26% acima do registrado na mesma época do ano passado. Os mesmos, portanto, foram baixistas para o mercado.

Soma-se a isso a continuidade da guerra comercial entre EUA e China, a qual tem neste dia 06/07 (sexta-feira) uma data importante, pois será a partir deste dia que as tarifas protecionistas, em princípio, deverão começar a ser aplicadas mutuamente. Vamos repercutir isso em nosso próximo boletim.

Pelo sim ou pelo não, esta guerra comercial é o ponto central dos movimentos em Chicago há algumas semanas. Se ela se concretizar na prática, Chicago tende a ver cotações ainda mais baixas. Caso contrário, em havendo reabertura das negociações entre chineses e estadunidenses, poderemos assistir a uma importante recuperação das mesmas já que a queda do bushel foi significativa nas últimas semanas.

Por sua vez, os Fundos especulativos continuaram vendendo posições, chegando a um total líquido vendido de 44.000 contratos de soja em grão em apenas 14 semanas. Isso resultou em uma inversão de posições líquidas (a maior desde o início de 2014) em 252.000 contratos (Cf. AgResources).

Paralelamente, o clima continuou positivo nos EUA, embora as condições das lavouras de soja naquele país tenham piorado um pouco. Até o dia 1º de julho as mesmas indicavam 71% entre boas a excelentes; 23% regulares e 6% entre ruins a muito ruins. Ocorre que nestes níveis de qualidade, começam a surgir projeções de uma nova superssafra nos EUA, com a mesma podendo chegar a 124 milhões de toneladas de soja. Isso confirma alertas que fizemos sobre tal possibilidade diante de uma área praticamente idêntica a do ano passado e um dos melhores climas de verão da história para a oleaginosa. A questão agora é acompanhar o clima para vermos se, nos próximos dois meses (até meados de setembro), o mesmo continuará tão positivo nos EUA.

Lembramos que no próximo dia 12/07 teremos mais um relatório de oferta e demanda do USDA, o qual atualizará as projeções de safra para os EUA neste próximo ano comercial, assim como revisará os números da última safra.

Por outro lado, as exportações líquidas estadunidenses foram boas na semana encerrada em 21/06, atingindo a 358.500 toneladas, ficando 14% acima da média das quatro semanas anteriores. Todavia, o volume semanal, apesar da recuperação, ainda está baixo em comparação a média histórica para esta época do ano. Para 2018/19 o volume alcançou a 642.300 toneladas. Já as inspeções de exportação de soja, na semana encerrada em 28/06, atingiram a 849.204 toneladas, acumulando um total de 49,7 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 52,5 milhões no mesmo período do ano anterior.

Aqui no Brasil, graças a um câmbio que voltou a estabelecer o valor da moeda nacional em R$ 3,91 por dólar em alguns momentos da semana, os preços médios melhoraram um pouco. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 73,69/saco, enquanto os lotes oscilaram em torno de R$ 78,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 65,00 em Querência (MT) e R$ 81,00/saco no norte do Paraná e na região de Campos Novos (SC), passando por R$ 67,00 em Uruçuí (PI) e Chapadão do Sul/São Gabriel (MS); R$ 71,50 em Goiatuba (GO); e R$ 66,00/saco em Pedro Afonso (TO).

Outro elemento que auxiliou na melhoria dos preços foi a manutenção de prêmios elevados nos portos brasileiros. Nesta semana os mesmos subiram para valores entre US$ 1,68 a US$ 2,12/bushel (cf. Safras & Mercado). Na medida em que o conflito comercial entre EUA e China continuar, tais prêmios tendem a melhorar devido ao aumento do interesse chinês pela soja brasileira, além de estarmos na entressafra da oleaginosa. 

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