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Sua soja parada já queimou seu lucro: ENTENDA

Leve em consideração o custo do carregamento, formado pelo custo da armazenagem


Foto: Leonardo Gottems

O custo do carregamento da soja colhida e não vendida para os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná mostra que teria sido melhor ter vendido no último mês de abril do que esperado até hoje, mesmo com preço maior. A tese é defendida pelos analistas de mercados da TF Consultoria Agroeconômica.

“O preço de R$ 158,00 em abril, atualizado para agosto seria equivalente a R$ 168,73/saca nas principais cidades do PR e ao redor de R$ 178,00/saca no RS, mas os preços que o agricultor está recebendo hoje giram ao redor de R$ 152 no PR e R$ 151 no RS, equivalentes a um prejuízo médio de 10,62% no PR e 15,73% no RS, como mostram nossos cálculos de atualização do custo de carregamento”, explicam.

De acordo com ele, outro fator que se deve levar em consideração é o custo do carregamento, formado pelo custo da armazenagem que você está pagando pela soja ainda não vendida: “Não pense que você não paga porque o cerealista não especifica na nota fiscal, porque ele abate no preço final que lhe oferece. E, se você tem armazém próprio, sabe quanto custa isto, mais o ganho financeiro que teria se tivesse vendido em maio passado e aplicado o dinheiro, por exemplo”.

Os analistas apontam que a “maioria dos agricultores está perdendo dinheiro, porque não sabe fazer as contas certas e opera o mercado de soja como se fosse jogar na roleta de um cassino: ‘vou esperar para ver se a cotação volta’ – baseado em quê?”

“Existe pouca chance de os mercados retornarem aos preços de maio passado, quando chegaram entre R$ 170,00 a R$180,00/saca e, mesmo se chegarem, não terão o mesmo valor (ou não proporcionarão o mesmo lucro) que proporcionaram naquela ocasião. Se chegarem a R$ 179,00 no RS, equivalerão a R$ 168,00 em abril, com prejuízo de 6,14%. O mesmo se diga aos agricultores do PR”, acrescenta a TF.

No entanto, recomendam, o principal é “olhar o lucro, nunca o preço. Muita gente já perdeu bons lucros (inclusive neste ano) por correr atrás de preço. Neste ano de 2021, como se viu, o preço subiu, mas o lucro caiu. A maior margem de lucro desta safra (diferença entre os custos de produção e os preços de venda) ocorreu em novembro passado. Depois disto, os custos subiram mais do que os preços da soja”.

“Então, se você não vendeu em novembro, venda logo, antes que seus custos aumentem mais ainda e seu lucro diminua. Porque, mesmo nos níveis de R$ 152/saca você está tendo um lucro de 41,09%, que é considerável, se comparado aos lucros de qualquer outro ano ou de qualquer outro ramo da economia”, concluem os analistas.

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