Vai faltar feijão: Hora de plantar?
"Retirar o imposto de importação sobre os feijões terá impacto zero nos preços”, diz Ibrafe
“Todo o feijão-carioca do Brasil acabará antes do final do ano e não há de onde trazer”. A afirmação é de ninguém menos que Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses).
“Não se engane. Retirar o imposto de importação sobre os feijões terá impacto zero nos preços”, complementou o dirigente. A projeção vem na esteira do anúncio do Ministério da Economia feito nessa segunda-feira, 23 de Maio, de que diminuiria em 10% o imposto de importação de diversos itens, entre eles o feijão.
De acordo com Lüders, “não há de onde trazer feijões além da Argentina. E de lá, produtores reportam que tiveram geada nunca registrada, tão cedo, em 30 março, e agora novamente, nesta última frente fria. Produtividade não será normal”.
“Como somente a América do Sul terá feijão de agora até setembro de 2023, esqueça a jogada para acalmar o consumidor, que apenas visa mostrar que tudo que pode ser feito agora está sendo feito, até renunciando ao imposto de importação de 10%. Com poucos compradores no mercado, houve a tentativa de baixar o mercado nas fontes. Algo natural dentro da normalidade”, acrescenta.
“Porém, mais uma vez, em São Paulo, no Brás, quiseram manipular os preços falando em baixa de preços do Feijão-carioca que lá está. Com amostras de cargas e não com elas disponíveis e com Feijão comercial, ‘trucaram’ no mercado para ver se pegam algum desatento, ou que precise muito vender já. Ainda que os preços estejam altos e todos estão colhendo e vendendo, o produtor preferiu, ao ser orientado pelos cerealistas do interior, a esperar um pouco”, conclui Lüders.