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Seca da mangueira

Mofo cinzento do painel, mal do pé (Ceratocystis fimbriata) Culturas Afetadas: Seringueira (Floresta implantada)

Esta doença pode provocar a morte de mudas, plantas em desenvolvimento ou adultas, sendo considerada, portanto, uma das mais graves da mangueira. A seca-da-mangueira foi constatada pela primeira vez em 1940, em Jardinópolis, São Paulo, porém acredita-se que nessa época já ocorria no Recife, de onde ganhou o nome de mal-do-Recife. A doença na cultura da mangueira é específica do Brasil, mas o fungo causa sintomas similares em outras culturas na África do Sul, Austrália, Canadá, China, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Índia, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Porto Rico, Trinidad e Tobago e Venezuela, entre outros.

Ceratocystis fimbriata ataca, além da mangueira, outras plantas hospedeiras, como abacate, ameixa, batata-doce, cacau, café, cássia fístula, cássia negra, coco, crotalária, figo, fumo, guandu, mamona, pêssego, seringueira e muitas outras.

Para o cacau, o primeiro relato da doença no Brasil foi em 1978, no estado de Rondônia. Segundo a Ceplac, esta doença é de importância secundária para a cultura do cacau e afeta apenas um determinado tipo de material genético, especialmente o tipo Crioulo. A doença também ocorre na Colômbia, Venezuela, Trinidad e Tobago, Costa Rica, Guatemala, Havaí, República Dominicana e México, países que cultivam descendentes de cacau crioulo.

Danos: O sintoma típico da doença na mangueira é a seca progressiva da planta, que pode ser uma morte descendente ou ascendente dependendo se a infecção foi originada na copa ou nas raízes, respectivamente. O fungo chega aos galhos através do besouro Hypocryphalus mangiferae (broca-da-mangueira), apresentando sintomas de amarelecimento, murcha e seca; a infecção avança em direção ao tronco e infecta todo o ramo, matando-o e se disseminando para os ramos vizinhos. A casca do ramo se torna escura e exsuda goma pelos orifícios abertos pela broca. Quando a infecção atinge o tronco, dissemina-se para todas as ramificações, causando a morte de todos os ramos e finalmente da planta completa. Ao se fazer um corte transversal ou longitudinal no ramo, observam-se manchas azuladas ou marrons nos tecidos da madeira. A infecção origina-se a partir do inóculo presente no solo, invade o sistema radicular e avança lentamente para a parte aérea, isto acontece sem que nenhum sintoma externo seja observado, podendo demorar vários anos para atingir as bifurcações. A partir desse momento, a doença avança rapidamente, observando-se a seca dos ramos e a morte da planta. A madeira do tronco apresenta os mesmos sintomas que os ramos, e também produz exsudação de goma.

No cacau, a doença afeta somente a parte aérea da planta, tais como tronco, galhos principais e frutos. Quando o fungo penetra na planta através dos ferimentos no tronco dos galhos principais, a área infectada adquire coloração mais escura e a casca apresenta-se mais deprimida. Quando as condições ambientais são favoráveis ao fungo (umidade elevada), pode ocorrer o desenvolvimento dos peritécios sobre a área afetada. A parte interna das plantas doentes, ou seja, floema e xilema, apresentam descoloração variando de amarela, vermelha, púrpura ou castanha, mas a cor azul-ardósia ou cinza-azulada é a cor mais comum quando a doença não está associada a outros invasores secundários. Todo o galho acima da área infectada murcha e morre. Entretanto, quando o tronco principal é infectado, a necrose na parte aérea é generalizada e, 1 a 2 semanas depois, a planta murcha e torna-se clorótica. O fungo causa necrose nas folhas, as quais posteriormente secam, mas continuam fixadas na planta. A infecção dos frutos ocorre geralmente através dos ferimentos, causando podridão.

Controle:

Para a cultura da mangueira - Existem cultivares resistentes a algumas raças de C. fimbriata, daí poderem ser usados como porta-enxertos em algumas regiões com sucesso e falharem em outras. A medida mais sensata é a exclusão, que impede a entrada da doença em áreas isentas através de mudas provenientes de regiões onde a doença está presente. Deve-se realizar inspeções freqüentes nos pomares com o objetivo de detectar sintomas suspeitos e adotar as medidas de controle imediatamente. Na detecção de infecção originada no solo, a planta deve ser erradicada, retirando todas as raízes do solo e queimando-as imediatamente; o solo de onde foi eliminada a planta deve ser tratado com cal, deve-se suspender a irrigação, e manté-lo limpo e livre de qualquer tipo de vegetação por vários anos (o período ainda não determinado). Nas infecções aéreas, os galhos devem ser cortados uns 40 cm ou mais abaixo dos sintomas visíveis e retirados do campo e queimados imediatamente para evitar a saída dos besouros que poderiam infectar outras plantas; os ferimentos dos cortes devem se protegidos com pinceladas de pasta cúprica, e as ferramentas devem ser desinfetadas com água sanitária a 2%. Todos os resíduos de material vegetal procedente das podas ou do capinado devem ser retirados do campo e queimados.

Para a cultura do cacaueiro - Plantas descendentes de cacau crioulo devem ser substituídas ou adensadas com novas variedades. Os híbridos Theobahia 1 e Theobahia 2 têm se mostrado resistentes à doença. A medida mais sensata é a exclusão, que impede a entrada da doença em áreas isentas. Deve-se realizar inspeções freqüentes nos pomares com o objetivo de detectar sintomas suspeitos e adotar as medidas de controle imediatamente. Os galhos devem ser cortados uns 40 cm ou mais abaixo dos sintomas visíveis e retirados do campo e queimados imediatamente para evitar a saída dos besouros que poderiam infectar outras plantas. Os ferimentos dos cortes devem ser protegidos com pinceladas de pasta cúprica e as ferramentas devem ser desinfetadas com água sanitária a 2%. Todos os resíduos de material vegetal procedente das podas ou do capinado devem ser retirados do campo e queimados.

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