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Vassoura de Bruxa

(Moniliophthora perniciosa) Culturas Afetadas: Cacau

Sinônimos: Crinipellis perniciosaMarasmius perniciosus.

Esta doença, considerada umas das mais importantes do cacaueiro, foi descoberta em 1895
, no Suriname, e alastrou-se para a América do Sul e parte do Caribe. E uma doença endêmica e pode ocasionar perdas de 50%. No Brasil, é conhecida desde 1898 na Região Amazônica. Foi introduzida no Estado da Bahia em 1989 e se constitui uma grande ameaça para a produção cacaueira deste Estado, que é responsável por 85% da produção brasileira.

Sintomas - Sintomas podem ser vistos em ramos novos, frutos e botões florais. Em ramos, caracterizam-se por intumescimento dos brotos vegetativos com redução no comprimento dos internódios, deformação de folhas e perda da dominância apical, o que acarreta a proliferação das brotações laterais, formando as características vassouras. Inicialmente, as vassouras são verdes e tornam-se marrons quando advém a necrose dos tecidos. Nas vassouras mortas formam-se basidiocarpos róseo-claros.

Em frutos, a sintomatologia é variável em função do tipo de infecção. Se esta ocorrer em flores, dará origem a diminutos frutos róseos, deformados, denominados morangos, que posteriormente mumificam. A infecção em frutos já formados resulta em lesões escuras, irregulares e firmes ao tato.

Plantas adultas raramente morrem em decorrência do ataque do patógeno, mas têm sua produção severamente comprometida. Plantas jovens, no entanto, podem morrer devido à morte das brotações.

Etiologia - A vassoura-de-bruxa é causada por Moniliophthora perniciosa, fungo pertencente a subdivisão Basidiomycotina. O patógeno produz basidiocarpos em forma de cogumelos róseos e pequenos. O diâmetro do píleo está entre 5 a 20 mm e o estipe entre 2 e 10 mm de comprimento. M. perniciosa é um fungo hemibiotrófico. Durante a fase parasítica, infecta tecidos meristemáticos ativos e coloniza o hospedeiro por meio de micélio dicariótico. Sobrevive saprofiticamente em frutos, folhas e vassouras secas, onde produz seus basidiocarpos. A produção de basidiocarpos é favorecida pela ocorrência de dias chuvosos, seguidos por dias secos ou vice-versa. O pico de produção de basidiósporos ocorre entre maio e agosto.

O ciclo de vida de M. perniciosa inicia-se com a produção de basidiocarpos, sempre em vassouras mortas, 8-12 semanas após o início da estação chuvosa. A produção de basidiocarpos é contínua durante a estação, uma vez que vassouras mortas podem permanecer nas árvores por mais de um ano. Nesta situação, o promicélio do fungo é capaz de penetrarem tecidos maduros e desenvolver o micélio, que permanece em estádio de dormência até a emissão de novos tecidos.

A dispersão dos basidiósporos ocorre principalmente por correntes de ar, no período noturno, sob alta umidade relativa e temperatura baixa. Os esporos germinam e penetram nos tecidos meristemáticos da folha e tecidos do caule. Uma vez ocorrido o processo de penetração dos basidiósporos, diretamente ou através dos estômatos, o fungo cresce intercelularmente por intermédio de hifa de 5-20 mm (micélio primário), freqüentemente inturnescida, irregular, monocariótica e desprovida de grampo de conexão. Após a necrose da vassoura, o fungo torna-se dicariótico, surgindo o micélio secundário de hifas finas (1,4-3,0 mm) com grampos de conexão. Na fase secundaria, as hifas são capazes de penetrar as células.

O patógeno ataca espécies dos gêneros Theobroma e Herrania, além de solanáceas silvestres (Solanum rugosum e S. lasiantherum) e urucuzeiro (Bixa orellana), existindo considerável variação em patogenicidade entre isolados coletados de diferentes hospedeiros.

Controle - Realização de podas fitossanitárias e remoção de frutos infectados acompanhados de enterrio dos restos vegetais, visando à diminuição do inóculo. Recomendam-se quatro remoções anuais para a região sudeste da Bahia, nos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro, imediatamente antes ou após os períodos de maior atividade vegetativa do hospedeiro. 

Para lavouras com alta produtividade, um programa integrado de controle associando-se medidas fitossanitárias com aplicações dos produtos registrados para a cultura.

 

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