Exportações da Argentina pressionam soja
O recuo foi influenciado principalmente pelas compras da China na Argentina

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a quarta-feira (24) em queda, pressionada pelo avanço das exportações argentinas. Segundo informações da TF Agroeconômica, o contrato de novembro recuou 0,30%, a US$ 1.009,00/bushel, enquanto janeiro caiu 0,31%, para US$ 1.028,50/bushel.
Nos derivados, o farelo de soja para outubro registrou baixa de 1,42%, a US$ 271,2/ton curta, e o óleo recuou 0,12%, cotado em US$ 49,29/libra-peso. Embora o dia tenha começado com compras de oportunidade que sustentaram leves altas, o mercado seguiu o movimento de outros grãos e terminou em campo negativo.
O recuo foi influenciado principalmente pelas compras da China na Argentina. A Reuters noticiou a aquisição de 20 carregamentos de soja após a entrada em vigor do Decreto 682/2025, que reduziu temporariamente os direitos de exportação. De acordo com a consultoria Granar, já foram registradas declarações de vendas externas que somam 2,69 milhões de toneladas de grãos de soja, 4,72 milhões de toneladas de farelo e 905 mil toneladas de óleo, totalizando 11,46 milhões de toneladas de produtos agrícolas. O valor FOB dessas operações chega a quase US$ 4,18 bilhões, o que representa 68,7% da meta de US$ 7 bilhões estabelecida pelo governo argentino.
Diante desse ritmo acelerado, a incerteza recai sobre a continuidade da medida até 31 de outubro ou se será interrompida antes, respeitando o limite financeiro previsto. Como fator adicional, há pressão do governo dos Estados Unidos para que a Argentina retome as chamadas retenciones, o que pode alterar o fluxo das exportações e trazer novos reflexos para a formação dos preços internacionais da soja.