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Novas tecnologias de bioinsumos

Foram destinados em torno de R$ 40 milhões na fábrica de bactérias


Foto: Divulgação

Por Álefe Borges*

Para enfrentar o desafio do mercado de bioinsumos, a Bionat Soluções Biológicas investe em novos produtos à base de fungos e bactérias. Foram destinados em torno de R$ 40 milhões na fábrica de bactérias, uma das mais modernas do Brasil, com capacidade para tratar 35 milhões de hectares com seus produtos exclusivos e únicos no mercado. Dentre as tecnologias há a inovação para o controle do bicudo-da-cana e broca-do-café e para o controle total de lagartas em qualquer estágio de desenvolvimento. A atuação da Bionat ajudou o Essere Group a faturar mais de R$ 530 milhões em 2024, um crescimento da ordem de 23% em relação a 2023, resultado extremamente positivo porque 2024 foi um ano difícil para o agronegócio.

A Bionat tem se concentrado principalmente em bactérias e fungos, com destaque para algumas cepas exclusivas, como a Pantoea agglomerans, desenvolvida em parceria com a ESALQ, utilizada como promotora de crescimento, mobilizadora de nutrientes e capaz de aumentar a tolerância a estresses abióticos, sendo uma tecnologia única no Brasil com tripla ação. Outro destaque é o biofungicida e bionematicida, também exclusivo, à base de Bacillus subtilis e Bacillus velezensis, desenvolvido em parceria com a ESALQ. Essa tecnologia possui formulação com endósporos, garantindo tempo de prateleira de até 12 meses em temperatura ambiente.

Para os fungos, a Bionat possui uma cepa exclusiva de Trichoderma afroharzianum desenvolvida em parceria com a Embrapa. Seu diferencial está na elevada concentração e baixa dosagem de aplicação por hectare, o que assegura ao agricultor um excelente custo-benefício. Somados, os novos produtos à base destas cepas já representam mais de 65% do faturamento da Bionat.

Novas Soluções

O desenvolvimento de novos produtos parte do levantamento de problemáticas no campo e de oportunidades de soluções que podem ser geradas. São feitas cerca de 700 visitas a produtores diariamente, e a identificação de problemáticas e oportunidades é repassada aos integrantes do comitê de inovação do grupo, onde possíveis soluções são discutidas para novos projetos de P&D. Na primeira fase, a equipe de P&D da Bionat faz um levantamento com as instituições parceiras para conhecer os bancos de microrganismos e os seus potenciais.

Essa busca pode considerar ou não, de antemão, um determinado gênero ou até espécie de microrganismo, com características específicas para uma maior eficácia do produto frente ao problema a ser solucionado. Por exemplo, diferentes cepas de uma mesma espécie podem apresentar ações distintas. Assim, o que importa para o produto é a cepa utilizada e o que ela faz melhor que outras, e não necessariamente a espécie do microrganismo, apesar da espécie dar um bom direcionamento nas pesquisas.

Uma vez selecionada e identificada a cepa, nosso laboratório recebe o microrganismo isolado e inicia o desenvolvimento de um protótipo com testes iniciais e posterior produção em larga escala. Estes testes asseguram a viabilidade econômica do novo produto garantindo a eficácia do microrganismo como ativo. Se a sua eficiência for comprovada, segue-se com outras análises para verificar a aplicabilidade do ativo, a quantidade de propágulos viáveis e o tempo de prateleira, a fim de garantir um produto de qualidade e alto grau de eficácia aos produtores, afinal, produto que entrega resultados no campo é o foco da Bionat.
Para assegurar a exclusividade de seu portfólio de produtos diante das crescentes modificações do mercado, a Bionat adota uma estratégia estruturada em diferentes tecnologias que podem ter um único microrganismo, a combinação de microrganismos ou a química de microrganismos, chamados de produtos à base de metabólitos microbianos.

Gerações tecnológicas

Antes de falarmos de cada uma, é preciso dizer que são apenas classificações de tecnologias distintas e não significa que uma é melhor que outra, pelo contrário, elas são complementares na maioria das vezes. A primeira geração da Bionat inclui produtos contendo isolados de Trichoderma, Beauveria e Metarhizium. Nesses produtos à base de propágulos dos microrganismos, aplicam-se doses baixas do formulado pois temos os produtos mais concentrados do mercado, otimizando transporte e armazenamento adequado até a sua aplicação no campo. Aqui, o principal ingrediente ativo é o propágulo ou conídio presente na formulação.

A segunda geração envolve combinações de microrganismos, como o Peregrino, produto que mistura cepas exclusivas de Bacillus subtilis e Bacillus velezensis, utilizados no tratamento de sementes ou sulco de plantio com ação nematicida e fungicida. Este produto possui vida de prateleira de 12 meses e sobrevivência dos esporos mesmo em presença de defensivos químicos após TSI por até 90 dias, evidenciando a robustez e a confiabilidade das formulações contendo endósporos dessas bactérias.

A terceira geração baseia-se em metabólitos microbianos. A empresa identifica e concentra metabólitos produzidos por Bacillus com ação antifúngica, capazes de proteger folhas de plantas de maneira semelhante a fungicidas químicos convencionais, também conhecidos como multissítios. Essa abordagem permite aplicar doses menores e com viabilidade econômica, sem depender apenas da sobrevivência do microrganismo após aplicação nas folhas das plantas. Nesse momento, temos uma tecnologia em fase de registro no MAPA para as principais doenças foliares em soja.

Para assegurar exclusividade e competitividade, a Bionat investe em inovação, pesquisa e parceria com universidades e centros de pesquisa, além de manter um relacionamento sólido com consultorias e agricultores. O foco é oferecer produtos de alta qualidade, que entreguem resultados no campo e se diferenciem das soluções de menor valor, consolidando sua posição como referência em produtos biológicos no Brasil.

Culturas

Entre as culturas em que atuamos, a soja destaca-se como a campeã em termos de adoção de produtos biológicos. Quase 90% da produção de soja já utiliza inoculantes, um mercado bastante maduro. Para os biodefensivos, a soja também apresenta a maior representatividade, com amplo uso de bionematicidas, biofungicidas e bioinseticidas.

Além da soja, o milho, o algodão e a cana-de-açúcar são as outras culturas que compõem o núcleo de atuação da Bionat, que também atua em café, embora a adoção de produtos biológicos ainda seja mais limitada nesse segmento, evidenciando a grande oportunidade de desenvolver esse mercado com novas tecnologias.

No que diz respeito às regiões, o Centro-Sul do Brasil ganha destaque para áreas de trigo e citricultura, com crescimento na utilização de tecnologias desenvolvidas pela da Bionat. No segmento de citros, empresa já registrou uma solução voltada ao controle do psilídeo, que em breve será lançada e apresentada aos produtores.

A Bionat segue inovando e sempre discutindo novas soluções no comitê de inovação do grupo, de modo a manter um pipeline robusto e com opções exclusivas aos agricultores com o maior grau de qualidade e responsabilidade com o resultado no campo. 
*Álefe Borges – Engenheiro Agrônomo/Doutor em Fitopatologia – Gestor de Portfólio da Bionat Soluções Biológicas

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