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Trigo argentino pressiona mercado e reduz chance de valorização no Brasil

No mercado interno, as cotações permanecem estagnadas


Foto: Divulgação

O trigo registrou leve recuperação internacional nesta última semana de setembro. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros fecharam o dia 25 a US$ 5,27/bushel, em alta frente à média da semana anterior. A valorização, no entanto, ainda não se refletiu nos preços pagos ao produtor brasileiro.

No mercado interno, as cotações permanecem estagnadas. A média no Rio Grande do Sul foi de R$ 67,50/saca, com valores variando entre R$ 66,00 e R$ 69,00 nas principais praças do Sul. A resistência das indústrias em pagar mais se deve à baixa qualidade do grão colhido até o momento.

Segundo a CEEMA, o início da colheita revelou alta incidência de chuvas nas fases finais de desenvolvimento, o que afetou o PH e o teor de proteína do trigo em diversas regiões do Sul. "A perda de qualidade limita o uso para panificação e desloca parte da safra para rção animal", observa a pesquisadora Luiza Meneghetti.

Com a indústria retraída e sem preços atrativos, muitos produtores postergam as vendas à espera de uma recuperação nos prêmios. No entanto, a expectativa de importante volume de trigo argentino no mercado internacional — cerca de 9 milhões de toneladas em estoque — também pressiona as cotações.

No campo, o Brasil avança com a colheita nas regiões mais precoces, como Paraná e Oeste do Rio Grande do Sul. Apesar da produtividade razoável, as condições climáticas adversas geram preocupações quanto ao resultado final da safra.

No mercado externo, a demanda segue puxada por países da Ásia e Norte da África, com destaques para compras da Indonésia e Egito. A elevação dos fretes e a volatilidade cambial, porém, dificultam o fechamento de novos contratos para o trigo brasileiro, já menos competitivo frente a fornecedores tradicionais como Rússia e França.

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