Agricultura portuguesa sob risco de 510M€/ano
Mais de 11 mil postos de trabalho agrícola anuais estão em risco

Um novo estudo da CropLife Portugal, em parceria com a AGRO.GES, revela o impacto económico e social da retirada de substâncias ativas em oito culturas-chave no país. Os resultados foram apresentados em 11 de setembro, durante o evento "Impacto da Redução de Soluções Fitofarmacêuticas 2025 - Que Futuro para a Agricultura?" e mostram um cenário preocupante para o setor.
Segundo o levantamento, as fileiras em risco representam cerca de 3.100 milhões de euros em exportações anuais. Culturas estratégicas como vinha, arroz, milho e tomate de indústria podem ser inviabilizadas, colocando 7% do rendimento agrícola nacional — aproximadamente 510 milhões de euros por ano — sob ameaça. Mais de 11 mil postos de trabalho agrícola anuais estão em risco, o que também pode aumentar a dependência externa e a insegurança alimentar no país.
Cinco anos após o primeiro estudo de impacto, a atualização evidencia que os efeitos das políticas europeias sobre a redução de soluções fitofarmacêuticas são ainda mais graves, ampliando o número de fileiras ameaçadas e projetando perdas maiores para a economia agrícola nacional. O levantamento reforça que medidas restritivas podem gerar consequências diretas sobre a competitividade e a sustentabilidade do setor.
Especialistas da CropLife Portugal destacam a importância de um diálogo estruturado entre produtores, indústria e autoridades, de modo a equilibrar a proteção ambiental com a manutenção da produtividade agrícola. A preservação das culturas estratégicas é vista como essencial para garantir a segurança alimentar, os empregos e a estabilidade económica do país.