Mercado de ovos registra recordes em 2025, mesmo com oscilações nos preços

O mercado brasileiro de ovos alcançou marcos históricos em 2025, tanto em produção quanto em exportações, conforme dados divulgados pelo Cepea. Mesmo diante de desafios como o registro de um caso de gripe aviária em granja comercial em maio, o setor manteve bom desempenho ao longo do ano.

Os preços da proteína iniciaram o ano em patamares mais baixos que os de dezembro de 2024, influenciados por uma demanda interna ainda desaquecida, cenário comum nos primeiros meses. Porém, a partir de fevereiro, o retorno das aulas escolares e uma oferta mais ajustada impulsionaram as cotações para níveis recordes reais, conforme a série histórica do Cepea.

Em março, as altas continuaram, sustentadas pela demanda tradicionalmente aquecida durante o período da Quaresma. Já a partir de abril, os preços passaram a registrar quedas sucessivas nas principais regiões monitoradas pelo Cepea — com exceção de agosto, quando houve breve recuperação.

Apesar da oscilação nas cotações internas, a produção manteve crescimento sólido. Segundo o IBGE, o volume nacional de ovos para consumo entre janeiro e setembro de 2025 atingiu 3,04 bilhões de dúzias, alta de 6,9% em relação ao mesmo período de 2024, configurando um novo recorde histórico.

No cenário internacional, o Brasil se beneficiou da restrição de oferta global, provocada pela gripe aviária em diversos países. Um surto relevante nos Estados Unidos, por exemplo, levou à intensificação das compras de ovos brasileiros. De acordo com a Secex, entre janeiro e novembro de 2025, os embarques de ovos in natura e processados totalizaram 38,64 mil toneladas, número 109% superior ao volume exportado durante todo o ano anterior.

Esse aumento representou um crescimento de 825% nas exportações para os EUA, na comparação com o mesmo intervalo de 2024. Entretanto, em agosto, a imposição de uma tarifa adicional por parte do governo norte-americano impactou negativamente os envios para aquele destino.

Em contrapartida, o setor conseguiu ampliar sua presença global com a abertura de novos mercados, como o México. Além disso, a rápida contenção do caso isolado de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) permitiu ao Brasil recuperar seu status sanitário internacional em curto prazo.