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La Niña é confirmado. Produtor deve se preocupar?

Fenômeno deve continuar atuando até o verão do Hemisfério Sul


Foto: USDA

A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou nesta semana a instalação do La Niña 2025, caracterizada pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Com índice Niño-3.4 em -0,5°C, o fenômeno é considerado de intensidade fraca, mas deve persistir até o início de 2026, influenciando diretamente o regime de chuvas e as temperaturas no Brasil.

De acordo com o relatório divulgado no dia 9 de outubro, há alta probabilidade de que o La Niña continue atuando até o verão do Hemisfério Sul, com tendência de neutralidade apenas entre janeiro e março. Esse cenário reforça a importância do planejamento climático por parte dos produtores, já que os impactos variam conforme a região.

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Mas o que muda para a agricultura?

Embora o evento atual seja classificado como fraco, os impactos sobre a agricultura podem ser relevantes. O La Niña modifica o padrão atmosférico em larga escala e influencia diretamente o comportamento das chuvas em regiões importantes para o agronegócio. 

Algumas culturas apresentam maior resiliência às condições provocadas pelo La Niña. É o caso do tabaco, que historicamente mantém produtividade satisfatória mesmo com déficit hídrico moderado. A escolha de variedades adaptadas e estratégias de manejo conservacionista podem ajudar a mitigar os efeitos do fenômeno.

 

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o La Niña costuma trazer maior regularidade nas chuvas durante a primavera e o verão. Isso cria condições mais favoráveis para o avanço do plantio da soja, milho e feijão, além de beneficiar culturas perenes como o café e a cana-de-açúcar. A perspectiva é de menor ocorrência de veranicos e maior segurança hídrica no início do ciclo agrícola.

Essas regiões, que sofreram com irregularidade climática nas últimas safras, podem ter uma temporada mais positiva caso as previsões se confirmem. O plantio antecipado, impulsionado pelo retorno das chuvas, pode melhorar a produtividade e permitir saídas mais estratégicas para a safrinha.

O cenário é oposto no Sul do país, onde o La Niña historicamente está associada à redução das chuvas e ao aumento do risco de estiagens prolongadas. No Rio Grande do Sul, os modelos climáticos indicam desvios negativos de precipitação já em dezembro, com possibilidade de prejuízos no desenvolvimento da soja, do milho e das pastagens.

A estiagem pode afetar tanto o final da colheita de culturas de inverno quanto o estabelecimento da safra de verão, exigindo ajustes no calendário agrícola e maior atenção ao uso de insumos e irrigação. Em Santa Catarina e no Paraná, o impacto tende a ser mais regionalizado, mas a tendência de chuvas abaixo da média também preocupa.

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