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Queda no preço do arroz desestimula produtores

Preço baixo e cheias reduzem cultivo de arroz no Paraná


Foto: Pixabay

O Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta que a área de arroz irrigado no Paraná deve registrar redução de 3% na safra 2025/26 em relação ao ciclo anterior. A estimativa indica queda de 18,4 mil hectares para 17,9 mil hectares.

Segundo o Deral, a retração está associada principalmente à desvalorização do grão. “Com preços depreciados em comparação ao ciclo anterior, os rizicultores paranaenses devem seguir a tendência observada nas principais regiões do país, reduzindo a área cultivada”, afirma o boletim. Em setembro de 2025, os preços do arroz no estado recuaram 45% frente ao mesmo período de 2024. Quedas semelhantes também foram registradas em outras regiões produtoras, levando a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) a recomendar a redução das áreas plantadas para conter a oferta.

O documento ressalta ainda que, além dos preços, fatores climáticos têm desestimulado os produtores. “Nas duas últimas safras, o Paraná ficou aquém de seu potencial produtivo em função das cheias do Rio Ivaí”, aponta o boletim. Por ser cultivado em várzeas, o arroz é particularmente vulnerável a alagamentos, e a recorrência desses eventos tem levantado preocupações quanto à baixa cobertura florestal na região.

Enquanto o estado apresenta 29% de cobertura vegetal natural, concentrada principalmente na Serra do Mar, a Bacia do Rio Ivaí conta com apenas 19%. Nos cinco principais municípios produtores — Querência do Norte, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santa Cruz do Monte Castelo e Planaltina do Paraná —, que juntos respondem por mais de três quartos da produção estadual, a cobertura natural cai para 14%, localizada majoritariamente às margens do Rio Paraná.

O boletim também destaca que municípios situados a montante do Rio Ivaí, como Prudentópolis, onde está a nascente do rio, apresentam situação mais favorável, com 37% de cobertura florestal. Segundo o Deral, “ações de recomposição da vegetação ciliar na região podem trazer benefícios diretos aos produtores, minimizando os impactos das cheias e reduzindo processos erosivos e o assoreamento dos cursos d’água”.

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