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Café: Alívio na oferta pressiona preços para baixo

A redução das exportações e as tensões geopolíticas que dificultam o trânsito



A redução das exportações brasileiras e as tensões geopolíticas que dificultam o trânsito A redução das exportações brasileiras e as tensões geopolíticas que dificultam o trânsito - Foto: Pixabay

Após uma forte valorização no início de 2025, com o café arábica ultrapassando os US$ 430 por libra-peso em Nova York, os preços da commodity começaram a recuar nas últimas semanas. Segundo análise do Rabobank, em junho, o arábica caiu 7%, enquanto o robusta, negociado na Bolsa de Londres, recuou 10% em relação ao mês anterior.

Mesmo com o início do inverno no Brasil, que aumenta o risco de geadas e impacta a produção, a redução das exportações brasileiras e as tensões geopolíticas que dificultam o trânsito de café pelo Mar Vermelho, os preços seguem pressionados para baixo. Isso ocorre principalmente devido a um alívio na oferta global, com produtores mantendo estoques acima da média histórica e a boa colheita brasileira 2025/26 em andamento, estimada em 62,8 milhões de sacas, incluindo um recorde na produção de conilon, com 24,7 milhões de sacas.

Além disso, outros países produtores, como Colômbia, Honduras, Uganda e Indonésia, mostraram crescimento nas exportações no primeiro quadrimestre, com aumentos de até 138% em alguns casos, o que reforça a perspectiva de maior oferta mundial. Apesar da queda prevista de 6% na produção brasileira para a temporada, a oferta global mais folgada e uma demanda incerta pressionam os preços para baixo.

No entanto, o cenário demanda é motivo de preocupação, especialmente no Brasil, onde as vendas de café em supermercados recuaram 5% entre janeiro e abril de 2025 em relação ao ano anterior, segundo a ABIC. Além disso, o preço do café no varejo subiu cerca de 50% nos últimos 12 meses, atingindo R$ 65,50 o quilo em abril, o que pode limitar o consumo e levar a novos reajustes no curto prazo. A volatilidade deve prevalecer, pois fatores como o clima no Brasil, estoques ainda baixos e tensões geopolíticas continuam influenciando o mercado.
 

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