Transporte de soja e milho segue aquecido na Bahia
Alta no transporte de grãos marca logística da Bahia

O transporte de grãos na Bahia apresentou variação entre estabilidade e alta em abril, segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O relatório aponta aumento no fluxo logístico da região Nordeste, conhecida como Sealba, impulsionado pela maior comercialização do milho. No Extremo Oeste, que integra o Matopiba, o movimento se manteve estável com o escoamento da soja para os portos.
Na praça de Irecê, os fretes permaneceram estáveis no atendimento ao transporte da mamona. Em Luís Eduardo Magalhães, o fluxo de soja continuou direcionado aos portos, equilibrado pela oferta de transportadores e garantido pelos fretes de retorno com fertilizantes. O transporte interno de milho também se manteve aquecido, reflexo da alta no preço do grão. “A frustração da safra no Centro-Norte da Bahia impulsionou a demanda por milho para atender pecuaristas e granjeiros”, informa o boletim.
Em Paripiranga, os fretes subiram para todos os destinos pesquisados. Segundo a Conab, a valorização do milho estimulou os produtores a comercializarem o estoque da safra passada, armazenado em silos bolsa. “A expectativa é que todo o milho estocado seja vendido, já que os produtores precisam dos recursos para custear o plantio da safra 2024/25”, destaca o relatório. A dificuldade de acesso ao crédito agrícola também pressiona os produtores a usarem capital próprio.
No mercado externo, os dados do Portal Comex Stat mostram queda de 4,9% nas exportações do complexo soja, milho e algodão em março, na comparação com fevereiro. A redução foi puxada pelas quedas no algodão e no milho, em meio à finalização dos estoques da safra passada, enquanto os preços da soja permaneceram estáveis.
A exportação de soja somou 493,3 mil toneladas em março, alta de 1,9% sobre fevereiro e de 13,4% em relação ao mesmo mês de 2024. “A valorização do dólar e a supersafra explicam o bom desempenho das exportações de soja”, informou o boletim. Cerca de 94% do volume exportado foi escoado pelo porto de Salvador e 6% pelo porto de São Luís.
Para o milho, o volume exportado foi de apenas 7 toneladas, todas pelo porto de São Luís. Já o algodão somou 34,4 mil toneladas exportadas, queda de 24% em relação a fevereiro e de 15% na comparação anual. Segundo a Conab, “a redução indica a diminuição dos estoques e a antecipação das vendas diante da alta do dólar”. Do total exportado de algodão, 78% saíram pelo porto de Santos, 18% pelo porto de Salvador e 4% por outros terminais.