Café: preços seguem pressionados por oferta asiática e volatilidade no câmbio
Para os próximos meses, o clima será determinante

O mercado do café encerrou julho com preços pressionados, reflexo do otimismo em relação às safras de países asiáticos e da oscilação cambial. No Brasil, a comercialização avança de forma mais lenta, com produtores aguardando oportunidades melhores para venda, enquanto a indústria internacional mantém postura cautelosa nas compras.
Segundo o relatório Agro Mensal Itaú BBA, a safra de café robusta no Vietnã e na Indonésia vem sendo um dos principais fatores de pressão sobre as cotações internacionais. Além disso, o contexto macroeconômico global, marcado por instabilidade geopolítica, tem contribuído para uma volatilidade elevada nas negociações.
No mercado interno, o café arábica registrou queda, influenciado pela expectativa de oferta robusta no ciclo 2025/26. Apesar disso, a qualidade do produto brasileiro continua sendo um diferencial para exportações, especialmente para mercados premium, como Europa e América do Norte.
O câmbio também foi um componente-chave para a formação dos preços. Oscilações do dólar frente ao real geraram movimentos pontuais de recuperação, mas insuficientes para mudar a tendência de baixa observada desde maio.
As exportações brasileiras seguem firmes, com destaque para o embarque de cafés especiais, que mantêm margens mais atrativas para produtores e cooperativas. No entanto, a concorrência com países asiáticos no segmento de robusta exige estratégias mais competitivas.
Para os próximos meses, o clima será determinante. A expectativa de chuvas regulares nas regiões produtoras de Minas Gerais e Espírito Santo pode sustentar o bom desenvolvimento da próxima safra, mas a atenção segue voltada para possíveis impactos da prevista formação de La Niña no final do ano.