Trigo no Brasil: preços recuam
No Brasil, os produtores sentem o impacto direto dessa volatilidade

O mercado de trigo tem enfrentado forte volatilidade nos últimos dias, influenciado por tensões internacionais e fatores locais. De acordo com a TF Agroeconômica, a disputa comercial entre EUA e China afetou negativamente as cotações, levando o trigo a romper suportes importantes e reforçando um cenário de alta disponibilidade global, sem perspectivas de reversão de curto prazo.
No Brasil, os produtores sentem o impacto direto dessa volatilidade: o preço da saca, que chegou a R$ 80,71, caiu para cerca de R$ 62,47, pressionando a rentabilidade. Especialistas ressaltam que vender no momento errado tem sido um erro comum e que ajustes na estratégia de comercialização, especialmente com orientação de cooperativas e associações, poderiam aumentar a produtividade e até contribuir para a autossuficiência do país.
Entre os fatores de alta, destacam-se boas exportações dos EUA, a compra recente de 220 mil toneladas de trigo pelo Bangladesh e a demanda crescente pelo trigo paranaense, que se mostra competitivo frente ao importado. Além disso, rumores sobre possíveis recursos do PEPRO para o Rio Grande do Sul animam o mercado, embora ainda sem confirmação oficial.
Por outro lado, fatores baixistas também pressionam os preços. A liquidação de contratos pelos fundos, a abundância global, o aumento da produção na Austrália, Argentina e Rússia, e o dólar elevado — que encarece o trigo importado — reforçam um cenário de cautela. Para os triticultores brasileiros, o momento exige atenção ao timing de venda e à estratégia de comercialização, visando aproveitar oportunidades mesmo em um cenário desafiador.