Alta do dólar encarece trigo importado

A forte valorização do dólar nesta quarta-feira (alta de 1,06%) elevou proporcionalmente os custos do trigo importado no Brasil, afastando-o ainda mais dos preços praticados no mercado interno. Segundo a TF Agroeconômica, essa diferença reforça o foco dos moinhos na busca por lotes de trigo nacional com qualidade, mas acentua as dificuldades comerciais, com compradores sendo extremamente seletivos e negócios limitados a oportunidades pontuais.

No Rio Grande do Sul, o mercado opera com preços máximos de R\$ 1.330, sob demanda, e com exigência rigorosa quanto à cor e qualidade do grão. Estima-se que ainda haja cerca de 360 mil toneladas disponíveis no estado (até 30/6), com projeção de 130 mil toneladas restantes até o final de outubro. O preço na pedra em Panambi manteve-se estável em R\$ 70,00 por saca. Para exportação em dezembro, os preços permanecem nos R\$ 1.270, mas os moinhos continuam fora das negociações.

Em Santa Catarina, o mercado segue estável, com poucos negócios. O preço FOB para trigo pão gira em torno de R\$ 1.400, enquanto a concorrência com trigo gaúcho mais barato (R\$ 1.330 a R\$ 1.360) impede avanços. A nova safra ainda não tem indicações claras, mas já se observa uma queda de 20% na venda de sementes, reflexo da baixa atratividade. A CONAB reduziu sua estimativa de produção em 6,3%, mesmo com aumento de 2% na área plantada, devido à queda de 8,1% na produtividade.

No Paraná, o mercado continua lento, mesmo com a alta do dólar pressionando os preços do importado. O trigo argentino chega aos moinhos por valores similares ao produto local, enquanto o trigo paraguaio custa até R\$ 1.507/t em Curitiba. Para a nova safra, os preços estão 18,40% acima dos de 2024, entre R\$ 1.400 e R\$ 1.450 CIF, sem grandes volumes negociados. Os preços médios da pedra caíram 0,35% na semana, para R\$ 77,42, com o lucro do produtor reduzido de 7,03% para 5,29%, segundo o Deral.