Soja: Preço deve reagir no 2º semestre
Entre os fatores que sustentam a alta, a TF Agroeconômica aponta a oferta dos EUA

A expectativa para o mercado de soja indica recuperação dos preços no segundo semestre, à medida que os estoques diminuem, de acordo com análise da TF Agroeconômica. No entanto, os produtores devem ficar atentos aos custos de carregamento, que incluem juros sobre o capital imobilizado e despesas de armazenagem, mesmo que não apareçam na nota fiscal. Para evitar prejuízos, recomenda-se que as vendas não sejam feitas abaixo dos valores equivalentes projetados para maio de 2025, considerando mês a mês.
Em relação à próxima safra (2025/26), o cenário ainda é de incerteza, com fatores como área plantada, condições climáticas e comportamento do dólar em aberto, o que pode pressionar ainda mais as cotações de Chicago. Apesar disso, destaca-se um movimento favorável impulsionado pelo mercado de óleo de soja nos EUA e no Brasil, que garante uma margem de lucro excepcional de aproximadamente 33%. Diante disso, a recomendação é aproveitar o momento para fixar preços no mercado futuro da B3, em São Paulo.
Entre os fatores que sustentam a alta, a TF Agroeconômica aponta a oferta apertada nos EUA, com previsão de estoques finais em 8,03 milhões de toneladas para a safra 2025/26, volume inferior ao atual. As exportações norte-americanas também surpreenderam positivamente na semana de 6 a 12 de junho, superando expectativas mesmo sem a presença chinesa, com destaque para a Alemanha como principal compradora. No Brasil, a disputa entre exportadores e indústrias, típica do segundo semestre, começa a elevar os preços, com venda de 20 cargos de soja à China somente nesta semana.
Por outro lado, há fatores de baixa que precisam ser monitorados: previsão de clima favorável ao desenvolvimento das lavouras nos EUA, ausência de demanda chinesa diante da trégua comercial com Washington, queda na demanda por farelo de soja devido à gripe aviária no Brasil, necessidade de liberar armazéns para o milho safrinha e a valorização do Real frente ao dólar, que acumula alta de 10,82% no ano. Esses elementos podem limitar a recuperação dos preços no curto prazo.