Baixa umidade compromete manejo de pastagens
Emater aponta impacto hídrico nas pastagens gaúchas
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De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (4), o campo nativo está em fase de desenvolvimento vegetativo, com melhora na oferta de forragem. A entidade informou que já há necessidade de chuvas para manter o ritmo de crescimento. Em alguns municípios, a redução da umidade no solo e as previsões de baixos volumes pluviométricos têm gerado preocupação entre produtores. As forrageiras perenes mostram bom estabelecimento inicial, favorecido pela luminosidade e pelas temperaturas, mas a limitação de umidade reduziu o vigor do rebrote e o avanço vegetativo em áreas mais secas. O manejo vem sendo ajustado para evitar sobrepastejo enquanto não ocorrem precipitações mais consistentes. As pastagens anuais são as mais afetadas pela falta de umidade, e em diversas regiões o capim-sudão e o milheto implantados em setembro não alcançaram o desenvolvimento esperado. Em áreas recém-estabelecidas, há redução no crescimento da parte aérea, e as chuvas pontuais não normalizaram o desempenho das forrageiras. Os produtores aguardam precipitações regulares para avançar na implantação de novas áreas e recompor a oferta de alimento ao rebanho.
Na região administrativa de Bagé, a colheita de sementes de azevém segue em andamento nos municípios da Campanha e da Fronteira Oeste. Em São Gabriel, segundo a Emater/RS-Ascar, os produtores ofertam sementes de azevém a “R$ 4,00/kg” e de aveia a “R$ 1,50/kg”. Em Alegrete, a falta de chuvas tem prejudicado a continuidade da implantação das pastagens anuais de verão e o crescimento das áreas estabelecidas. Em Manoel Viana, o volume recente de chuvas, embora pouco significativo, foi benéfico para as pastagens, permitindo o manejo de plantas daninhas com herbicidas e a aplicação de adubação nitrogenada. A entidade relata que a taxa de crescimento dos campos nativos diminuiu nos últimos dias em função da queda no volume de precipitações ao longo da segunda quinzena de novembro, mas afirma que o quadro geral ainda é de boa oferta de forragem para os rebanhos.
Na região de Erechim, a disponibilidade e a qualidade da forragem evoluíram de forma satisfatória, impulsionadas pela luminosidade, pela temperatura e pelo manejo. A Emater/RS-Ascar informou que houve ocorrência localizada de granizo no início do período, mas que os danos foram pontuais e não comprometeram a oferta de forragem. Nas pastagens perenes de verão, como BRS Kurumi, tiftons, Jiggs, Estrela Africana, braquiárias e hermátrias, há oferta de massa verde. As pastagens anuais de verão, como milheto, sorgo e aveia de verão, apresentaram desenvolvimento inicial considerado adequado e garantiram volume suficiente para pastejo.
Na região de Ijuí, nas áreas semeadas em novembro, o estabelecimento das pastagens está irregular, mas sem necessidade de replantio. Nas demais lavouras, a densidade ficou dentro do esperado. Na região de Passo Fundo, ainda há oferta satisfatória de massa verde de espécies de verão, mas a produtividade futura depende do retorno das precipitações, pois a baixa umidade no solo tem impedido a aplicação de nitrogênio em cobertura.
Na região de Pelotas, as pastagens perenes de Jiggs e tifton ainda apresentam oferta de forragem. Em Pinheiro Machado, a falta de chuvas reduziu as taxas de crescimento e a qualidade das pastagens nativas, e em áreas de solos mais rasos ou de maior altitude surgem manchas de forragem morta devido à ausência prolongada de umidade. As pastagens anuais cultivadas enfrentam desenvolvimento limitado, agravado pela dificuldade de muitos produtores em realizar as adubações nitrogenadas previstas. Na região de Porto Alegre, as pastagens de verão recentemente implantadas oferecem poucas áreas para pastejo, enquanto o campo nativo mantém oferta satisfatória de forragem.
Na região de Santa Maria, propriedades com pastagens perenes, especialmente de Cynodon, registram oferta de forragem. Na região de Santa Rosa, o estresse hídrico prejudicou as pastagens de forma geral. Em áreas próximas a afloramentos rochosos, há senescência da vegetação por baixa disponibilidade de água no solo. Mesmo assim, a Emater/RS-Ascar aponta que os campos nativos bem manejados apresentam desempenho produtivo satisfatório e sustentam o pastejo.
Na região de Soledade, a ausência de chuvas por duas semanas causou atraso no crescimento e na rebrota das pastagens de verão. As espécies perenes de verão, como tiftons, BRS Kurumi e panicuns, não atingiram plena produção, o que limita a oferta de forragem em muitas propriedades. As pastagens anuais de verão semeadas precocemente já se encontram em pastejo.