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MAPA impede entrada de besouro perigoso para abelhas em Guarulhos

Presença do Cryptophagus scanicus não havia sido registrada no Brasil



Foto: Divulgação

A equipe do sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro) do Aeroporto de Guarulhos impediu a entrada no Brasil do besouro Cryptophagus scanicus, uma espécie exótica com potencial de infestação em criações de abelhas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que o impacto no sistema de produção nacional e ambiental é desconhecido.

A apreensão ocorreu em 17 de abril, durante uma inspeção de rotina, quando uma servidora do Vigiagro encontrou mel e outros produtos de interesse agropecuário provenientes da Bielorrússia na bagagem de um passageiro. A presença de besouros e larvas foi detectada no favo de mel. O material foi encaminhado ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Goiás, onde um exame de DNA confirmou a identificação da espécie. Tanto o Vigiagro quanto o LFDA são órgãos do Mapa.

Segundo Marcelo Mota, Diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA/SDA/MAPA), há "um risco significativo na entrada do Cryptophagus scanicus no Brasil em favos de mel importados sem o devido cumprimento dos requisitos sanitários brasileiros". O material apreendido não atendia às normas sanitárias estabelecidas pela legislação brasileira.

A Instrução Normativa nº 21, de 2013, exige que toda importação de produtos apícolas seja acompanhada de um Certificado Veterinário Internacional, garantindo condições sanitárias adequadas e a ausência de parasitas externos.

O parecer técnico sobre o besouro informa que membros da família Cryptophagus scanicus são conhecidos como "besouros de fungos de seda". Adultos e larvas são fungívoros, alimentando-se de esporos e hifas de fungos em diversos habitats, incluindo colmeias, ninhos de outros himenópteros, madeira podre e ninhos de roedores. Esses besouros podem transmitir esporos de fungos aos produtos, estimulando o crescimento fúngico. Não há relatos ou registros de sua presença no Brasil, sendo endêmico na Europa.

Embora o inseto não conste na lista de doenças de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial (Instrução Normativa nº 50, de 2013), está sujeito a medidas de defesa sanitária animal devido ao seu potencial como vetor de agentes fúngicos como o Ascosphaera apis (causador da cria-giz) e o Nosema apis (causador da nosemose), ambos presentes na lista de notificação obrigatória e prejudiciais às abelhas.

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