Chuvas avançam, mas mantêm desafios ao campo
No Sul do Brasil, a atuação do La Niña reforçou o predomínio do tempo seco
No Sul do Brasil, a atuação do La Niña reforçou o predomínio do tempo seco - Foto: NOAA
O comportamento das chuvas em novembro trouxe avanços e desafios para as lavouras brasileiras, com impactos distintos entre as regiões produtoras. Segundo análise do Itaú BBA, o retorno das precipitações ocorreu de forma mais consistente no Centro-Norte do País, ainda que marcado por irregularidades na distribuição ao longo do mês.
A intensificação do fenômeno La Niña contribuiu para direcionar os maiores volumes de chuva às regiões Centro e Norte, criando condições mais favoráveis para o avanço do plantio e a recuperação das lavouras. Mesmo com mapas indicando acumulados próximos da média, as precipitações espaçadas mantiveram áreas sob estresse hídrico, especialmente no sul de Mato Grosso e em Goiás. O armazenamento de água no solo apresentou melhora em relação a outubro, embora pontos isolados ainda tenham permanecido abaixo do nível considerado ideal.
No Sul do Brasil, a atuação do La Niña reforçou o predomínio do tempo seco no Rio Grande do Sul, beneficiando a colheita das culturas de inverno e a semeadura do arroz. Em contrapartida, o plantio das culturas de verão, como soja e milho, foi prejudicado pela limitação de umidade. Em algumas áreas, a escassez hídrica provocou falhas de germinação e exigiu replantios pontuais, ainda em escala reduzida.
“O comportamento típico desta fase começa a se estabelecer, marcado por períodos
alternados de tempo firme e retorno das chuvas associados à passagem de frentes frias. As temperaturas devem apresentar redução nos próximos dias, reflexo da maior frequência dessas frentes. Com isso, as condições tendem a se tornar mais favoráveis daqui em diante, após um atraso significativo na regularização das chuvas”, conclui.