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Fim do El Niño! Entenda

Outono será marcado com a transição do fenômeno


Mesmo com o fim do El Niño as temperaturas podem afetar o desenvolvimento de culturas que exigem horas de frio Mesmo com o fim do El Niño as temperaturas podem afetar o desenvolvimento de culturas que exigem horas de frio - Foto: NOAA

Um dos eventos climáticos mais relevantes do outono de 2024 será o término do fenômeno El Niño, com a transição para uma condição de Neutralidade. Segundo as projeções do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade da Universidade de Columbia nos EUA (IRI/Columbia), há 71% de chances para o estabelecimento da Neutralidade entre os meses de abril a junho.



Probabilidades da atuação do fenômeno El Niño (vermelho), Neutralidade (cinza), La Niña (azul) ao longo dos trimestres corridos, iniciando em março-abril-maio (MAM). Fonte: IRI/Columbia.

A condição de Neutralidade deve persistir até meados do inverno, a partir do momento que as  probabilidades para a emergência da La Niña vêm aumentando. Isso é evidente a partir de maio, junho e julho, quando as probabilidades de La Niña começam com 17%, aumentando progressivamente até alcançar 74% em setembro, outubro, novembro; sendo a categoria mais provável até o final da projeção em novembro, dezembro e janeiro. 

 

Muita atenção no cenário futuro

Segundo o Bureau de Meteorologia da Austrália, desde abril de 2023, as temperaturas oceânicas globais têm sido as mais altas já registradas. Fevereiro de 2024 estabeleceu um novo recorde para o mês, e março de 2024 está a caminho de se tornar o março mais quente já registrado.

Este padrão global de aquecimento está influenciando o padrão histórico típico das temperaturas da superfície do mar associadas às variações do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS).

Essas condições, sem precedentes das temperaturas globais da superfície do mar, sugerem que as inferências sobre o desenvolvimento do ENOS em 2024, baseadas em eventos passados, podem ser menos confiáveis. Ou seja, mesmo com a transição do fenômeno, as temperaturas podem ainda permanecer elevadas e o padrão das chuvas não seguirem um comportamento esperado.

 

Impactos no agro

Apesar do fim do El Niño, a previsão segue indicando um outono e inverno  com temperaturas mais elevadas que podem influenciar diretamente as lavouras que dependem de acumulação de horas de frio para seu desenvolvimento ótimo.

Culturas como maçã, pêssego, e algumas variedades de uva, por exemplo, têm em suas exigências biológicas um certo número de horas de frio para quebrar a dormência, induzir a floração e, consequentemente, garantir uma produção de qualidade.

Um inverno mais quente pode resultar em uma floração irregular, problemas de pegamento de frutos, e uma redução na qualidade e quantidade da produção. Além disso, temperaturas mais elevadas durante o inverno podem favorecer a proliferação de pragas e doenças, as quais normalmente seriam controladas por condições mais frias.

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