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Tragédia e prejuízos no agronegócio gaúcho: consequências das enchentes

Rio Grande do Sul enfrenta uma crise climática sem precedentes


Foto: Foto: PRF/Divulgação

O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise climática sem precedentes, conforme revela o relatório do Radar Agro do Itaú BBA. Entre a última semana de abril e os primeiros dias de maio, chuvas intensas atingiram o estado, acumulando o equivalente a três meses de precipitação em poucos dias. Essa situação crítica é resultado da combinação de um enfraquecido, mas ainda presente, fenômeno El Niño e um Oceano Atlântico anormalmente aquecido na porção sul, que trouxe umidade excessiva à região.

As enchentes impactaram de maneira mais intensa as regiões central e sul do Rio Grande do Sul, com rios atingindo níveis históricos e rompendo barragens. A catástrofe afetou 332 dos 497 municípios do estado, causando não apenas danos materiais, mas também significativas perdas humanas. A infraestrutura do estado foi gravemente comprometida, com diversas estradas estaduais e municipais bloqueadas, pontes destruídas e deslizamentos de terra, dificultando a mobilidade e o transporte, inclusive de veículos de resgate e saúde.

O aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, permanece fechado por tempo indeterminado. As operações nos portos de Porto Alegre e Pelotas foram interrompidas, embora o Porto de Rio Grande continue funcionando normalmente. As principais rodovias federais, BR-116, BR-386 e BR-290, também foram severamente afetadas. Esses problemas logísticos prejudicam o transporte de importantes produtos agrícolas da região, como arroz e frutas (uva, pêssego e maçã), agravando ainda mais a situação.

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O relatório do Itaú BBA destaca que as enchentes trazem sérias consequências para o agronegócio do Rio Grande do Sul. O estado, um dos maiores produtores de soja do país, que representou 18% das exportações estaduais em 2023, enfrenta desafios significativos na produção e no escoamento de commodities. A balança comercial gaúcha, responsável por 6,6% do total exportado pelo Brasil no ano passado, deve registrar impactos negativos nos próximos meses, com consequências econômicas ainda incertas.

As previsões para a próxima quinzena indicam um breve alívio para a região sul do estado, seguido por mais chuvas intensas. A queda acentuada nas temperaturas adiciona um desafio extra à recuperação das áreas afetadas. As autoridades locais estão trabalhando para avaliar e mitigar os danos, mas a recuperação total da infraestrutura e do agronegócio deve demandar tempo e recursos significativos.

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