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Brasil precisa rever horizonte do Plano Safra

O Brasil, no entanto, opera com um modelo anual de planejamento


O Brasil, no entanto, opera com um modelo anual de planejamento O Brasil, no entanto, opera com um modelo anual de planejamento - Foto: Pixabay

A gestão das políticas agrícolas é um campo estratégico para qualquer nação, exigindo equilíbrio entre produção, segurança alimentar e desenvolvimento rural. A análise é de Maria Flávia Tavares, economista e doutora em agronegócio, que destaca a importância da periodicidade dos planos agrícolas como fator decisivo para a competitividade e sustentabilidade do setor.

Segundo Tavares, grandes economias estruturam seus planos de forma plurianual: a China e a Índia adotam Planos Quinquenais, os Estados Unidos revisam a Farm Bill a cada quatro anos e a União Europeia atualiza sua Política Agrícola Comum a cada cinco. Esse horizonte mais amplo garante previsibilidade, favorece investimentos de longo prazo e permite ajustes estruturados frente às mudanças econômicas, sociais e ambientais.

“A falta de uma visão de longo prazo impede a implementação de políticas mais estratégicas e consistentes para o desenvolvimento do setor agrícola e a busca por sustentabilidade. Para o produtor rural brasileiro, essa periodicidade anual é um desafio constante”, comenta.

O Brasil, no entanto, opera com um modelo anual de planejamento, por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) e do Plano Safra. Embora a flexibilidade seja uma vantagem, a falta de estabilidade nas políticas cria insegurança para o produtor rural. Investimentos em tecnologia, infraestrutura e sustentabilidade acabam limitados, já que linhas de crédito, juros e subsídios podem mudar a cada 12 meses, dificultando o planejamento de longo prazo.

“Para o Brasil, é urgente repensar essa abordagem anual e caminhar em direção a um planejamento plurianual para o agronegócio. Somente assim poderemos oferecer a previsibilidade que o produtor precisa para se organizar, investir e consolidar o Brasil como uma potência agrícola não apenas em volume, mas também em sustentabilidade e inovação”, conclui.
 

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