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Primavera 2025: saiba como será o clima e os impactos para o campo

Chuvas irregulares e calor devem marcar a estação


Foto: Seane Lennon

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou o Prognóstico Climático para a primavera de 2025. De acordo com o órgão, a estação começa no Hemisfério Sul em 22 de setembro, às 15h19, e termina em 21 de dezembro, às 12h03. O Inmet afirma que o período é de “transição entre as estações seca e chuvosa no setor central do Brasil”, marcado pela convergência de umidade vinda da Amazônia, o que influencia o início do regime chuvoso nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e em parte do centro-sul da Região Norte.

O levantamento aponta que, durante a primavera, os acumulados de precipitação no norte da Região Nordeste tendem a ficar abaixo de 100 milímetros, principalmente no norte do Piauí e no noroeste do Ceará. As temperaturas devem permanecer mais elevadas na maior parte da Região Norte, no interior do Nordeste e em áreas centrais do país.

O Inmet prevê que os primeiros episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) poderão ocorrer já na primavera, levando chuvas ao Sudeste, Centro-Oeste, Acre e Rondônia. Para a Região Sul, a projeção inclui episódios de Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), associados a chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo. O órgão destaca que “com o gradativo aumento das chuvas nesta época do ano, ocorre o início do plantio das principais culturas de verão”.

Sobre o Oceano Pacífico Equatorial, o Inmet registra que as médias mensais da região Niño 3.4 vêm mostrando anomalias próximas de 0,0°C desde março, caracterizando neutralidade no fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS). Entretanto, foi identificado um resfriamento progressivo. Em agosto, as anomalias variaram entre -0,3°C e -0,4°C, ainda dentro da faixa neutra. Projeções do APEC Climate Center indicam 65% de probabilidade de transição para La Niña no trimestre outubro-novembro-dezembro.

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Para a Região Norte, a previsão climática elaborada pelo CPTEC/INMET/FUNCEME indica chuvas próximas ou abaixo da média histórica, com exceção do sudoeste e nordeste do Amazonas e do centro-leste do Acre e do Amapá, onde os volumes podem ficar acima da média. As temperaturas devem se manter acima do padrão climatológico, especialmente em Roraima, Pará e Tocantins, com valores de 1ºC a 2ºC acima do normal. O Inmet alerta que “a falta de chuva no sul da Amazônia, aliada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tende a favorecer a incidência de queimadas e incêndios florestais, principalmente em outubro”.

Para a Região Nordeste, o prognóstico aponta chuvas abaixo da média no centro-oeste, incluindo o centro-sul do Maranhão e do Piauí e o noroeste da Bahia. Na parte centro-leste, os volumes podem ficar próximos ou acima da média. A previsão de temperatura é de predominância de condições acima da média histórica, especialmente no sudoeste do Maranhão.

Na Região Centro-Oeste, são esperadas chuvas próximas ou acima da média, com retorno gradual das precipitações entre meados de outubro e início de novembro. Há possibilidade de ocorrência dos primeiros episódios da ZCAS nos próximos meses. A previsão de temperatura também é de valores acima da média climatológica.

Para o Sudeste, a previsão é de chuvas próximas ou acima da média, com tendência de maior regularidade nos próximos meses. As temperaturas devem permanecer acima da média, sobretudo no interior.

Na Região Sul, o Inmet projeta chuvas próximas da média histórica, com volumes superiores a 300 milímetros em algumas áreas. As temperaturas previstas devem se manter acima do padrão climatológico, principalmente no centro-oeste do Rio Grande do Sul.

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O instituto ressalta que a previsão dos modelos climáticos para o possível início de La Niña em 2025 levanta questionamentos sobre impactos no início da safra de verão. Segundo o Inmet, “em geral, o fenômeno La Niña está associado à redução das chuvas na Região Sul do Brasil e ao aumento da precipitação nas Regiões Norte e Nordeste”. O órgão destaca que a variabilidade climática resulta da interação de diversos fatores atmosféricos e oceânicos, podendo atenuar ou intensificar os efeitos do fenômeno.

As projeções indicam que chuvas acima da média no litoral do Nordeste podem elevar a umidade do solo e beneficiar culturas como feijão e milho da terceira safra. No interior, precipitações abaixo da média podem aumentar riscos de déficit hídrico e comprometer a implantação da soja no MATOPIBA. No Centro-Oeste e no Sudeste, o retorno das chuvas é visto como fator essencial para recompor o armazenamento hídrico do solo e garantir o desenvolvimento inicial das lavouras de soja e milho da primeira safra. Para a Região Sul, chuvas próximas da média podem favorecer o início da safra de grãos, mas há preocupação com o risco de doenças fúngicas no trigo em florescimento.

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