Trigo no Sul do Brasil perde força
No Paraná, a estabilidade dos preços do trigo importado reforça a disputa

O mercado de trigo no Sul do Brasil atravessa um momento de forte pressão dos importados, especialmente da Argentina e do Paraguai. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul o mercado disponível segue lento devido à combinação de moinhos abastecidos e baixa disponibilidade de cereal. As indicações de comprador permanecem na faixa de R$ 1.250,00 no interior, enquanto vendedores pedem R$ 1.300,00 para retirada em setembro e pagamento em outubro. Para a próxima safra, surgiram ofertas de R$ 1.100,00, mas os produtores ainda resistem a negociar nesses níveis.
No estado, a chegada do navio ES Jasmine, prevista para o fim de setembro com 30 mil toneladas de trigo argentino, deve aumentar a concorrência. Já os preços pagos ao produtor em Panambi recuaram para R$ 68,00 a saca, perdendo competitividade frente ao Paraná. Em Santa Catarina, a demanda segue baixa e é atendida principalmente pelo trigo gaúcho, com negócios a R$ 1.300 FOB + ICMS para o tipo 1. Nas praças locais, os preços da pedra se mantêm firmes, chegando a R$ 75,67/saca em Canoinhas e R$ 76,00 em São Miguel do Oeste.
No Paraná, a estabilidade dos preços do trigo importado reforça a disputa com o produto nacional. Moinhos locais ofertam R$ 1.350 a R$ 1.400 CIF, mas sem grandes avanços nas negociações. O trigo paraguaio é cotado entre US$ 250 e US$ 260 CIF, enquanto o argentino chega a US$ 269 já nacionalizado. Os preços pagos aos produtores recuaram 1,73% na semana, para R$ 73,34/saca, abaixo do custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63. O cenário pressiona a margem dos triticultores, que já observam redução do potencial de lucro à medida que se aproxima a colheita.