
O mercado de milho segue em movimento de recuperação no Brasil neste segundo semestre, ainda que de forma bastante lenta, influenciado pelos baixos preços de exportação. Segundo informações da TF Agroeconômica, a expectativa é de que os produtores consigam realizar vendas a preços melhores do que os registrados no primeiro semestre.
No entanto, o alerta é para não se iludir: após a colheita, o custo do carregamento das posições pode comprometer a lucratividade. A consultoria destaca que, caso os preços oferecidos estejam abaixo dos valores projetados para outubro em diante, o produtor já deveria ter aproveitado oportunidades anteriores, evitando perdas.
Entre os fatores de alta, chama atenção a relutância dos agricultores norte-americanos em aceitar os preços atuais, o que limitou parte da oferta e sustentou leve valorização em Chicago. Além disso, o bom ritmo das exportações ajuda a manter suporte ao mercado, embora a paralisação do governo dos EUA reduza a transparência dos relatórios do USDA. Por outro lado, os fatores de baixa continuam pesando: a colheita acelerada e abundante nos Estados Unidos, com condições climáticas favoráveis, reforça projeções de safra próximas a 420 milhões de toneladas, acima de estimativas anteriores.
No Brasil, o cenário externo também pressiona. Os embarques de milho foram 12% menores em volume e 10% em receita no acumulado do ano, segundo dados do Ministério da Economia. Apesar da melhora em setembro, a exportação do primeiro semestre foi considerada fraca. Hoje, os preços brasileiros estão em média US$ 10/t acima dos americanos nos principais destinos, reflexo da queda acentuada na CBOT diante da safra recorde norte-americana.