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Milho avança sobre novas áreas, mas clima e custos podem limitar produtividade

O milho de 2025/26 avança com expansão da área prevista


Foto: Nadia Borges

O milho de 2025/26 avança com expansão da área prevista, mas ganhos na produção podem ser limitados por fatores climáticos. A Conab estima colheita total de 138,6 milhões de toneladas em três safras, com 6,1% de acréscimo apenas na primeira safra.

Expansão na área e foco na primeira safra

A área total estimada para o milho sobe para 22,7 milhões de hectares, acima do ciclo anterior. Somente na primeira safra (safrinha de verão), a Conab projeta crescimento de 6,1% na área semeada, com produção estimada em 25,6 milhões de toneladas (alta de ~2,8%). 

Ainda que a segunda safra (a mais importante do ciclo) também registre expansão, o ganho total depende da eficiência das lavouras nas regiões centrais.

Andamento do plantio

No Rio Grande do Sul, 83% da área já estava semeada em 11 de outubro. Paraná havia atingido 84%, e Santa Catarina, 72%. Nas demais regiões (Centro-Oeste etc.), o plantio ainda aguardava condições de umidade favoráveis.

Segundo boletins semanais da Conab, o avanço do milho verão já ultrapassava 31,2% da área prevista, registrando ritmo acima do ciclo anterior e levemente adiantado em relação à média de cinco anos. 

Limites produtivos e desafios climáticos

Embora haja expansão da área, analistas da Conab alertam para risco de queda de produtividade em função de solos cansados, menor índice pluviométrico no ápice do ciclo ou surpresas negativas no regime de chuvas. 

Em ciclos anteriores, o milho era beneficiado por clima favorável, o que dificulta repetir saltos expressivos de produtividade.

Mesmo com área maior, se a produtividade média cair, a produção total pode ficar abaixo da expectativa – cenário apontado em projeções mais conservadoras da Conab prematuras. 

Mercado interno e exportações

Para a safra 2025/26, a Conab projeta exportações maiores de milho: de 40 milhões de toneladas no ciclo 2024/25 para 46,5 milhões no próximo. O consumo interno também deve crescer, de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado pela demanda do etanol e ração animal.  Mesmo com esse comportamento, espera-se que os estoques finais da safra fiquem “próximos da estabilidade”. 

Competitividade e rota de exportação

Em razão de tarifas e pressões em mercados tradicionais (como os EUA), compradores asiáticos podem redirecionar suas compras para milho sul-americano, favorecendo o Brasil. 

Nesse contexto, a logística portuária e a infraestrutura de escoamento serão determinantes para capturar essas oportunidades — gargalos de transporte ou altas taxas podem corroer margens.

 

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