
O mercado de milho no Brasil apresenta leve alta, mas ainda opera mais próximo das linhas de suporte do que de resistência. Segundo a TF Agroeconômica, o movimento é sustentado pela boa demanda doméstica de carnes e etanol, que garantiu avanços de 0,09% no dia, 0,38% na semana e 1,15% no mês. No entanto, as exportações seguem como ponto de atenção, já que permanecem 12% abaixo do ano passado, pressionadas pela agressividade do milho americano no mercado internacional. No cenário asiático, o produto brasileiro é negociado a US$ 10/t acima do milho dos EUA, limitando a competitividade.
Entre os fatores de alta, ganham destaque os relatos de produtividade mais baixa nos Estados Unidos, que podem resultar em revisão da estimativa de 427,11 milhões de toneladas projetada pelo USDA. As chuvas previstas para o Centro-Oeste americano também podem atrasar a colheita de soja e milho, enquanto novas vendas externas de milho norte-americano, confirmadas pelo USDA, e a queda de 64,47% das exportações da Ucrânia reforçam a pressão positiva. Além disso, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) reduziu sua projeção global de produção para 1,297 bilhão de toneladas, embora ainda acima da safra anterior.
Por outro lado, fatores de baixa também influenciam o mercado. As exportações semanais dos EUA ficaram dentro das expectativas, mas abaixo da média necessária para cumprir a meta anual, sinalizando menor pressão sobre os preços. Já no Brasil, a Conab estimou produção de 138,28 milhões de toneladas em 2025/26, com área maior e produtividade menor, mas estoques iniciais robustos — salto de 589,2% sobre o ciclo anterior. Isso permitirá ao país ampliar as exportações de 40 para 46,5 milhões de toneladas, cenário também projetado pelo USDA em 43 milhões de toneladas.