Soja perde espaço para cana-de-açúcar no Paraná
Cana-de-açúcar ganha espaço no estado em 2025

O Paraná deve colher uma safra maior de cana-de-açúcar em 2025, segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Com 507 mil hectares estimados para a colheita, a área plantada é 1% superior à registrada em 2024, quando foram colhidos 501 mil hectares.
As colheitas tiveram início tímido em março, mas já ultrapassam 8% da área total projetada. De acordo com os analistas do Deral, a produtividade média está em 72,5 toneladas por hectare, semelhante à do ano anterior. A expectativa é de que, até o fim da safra, o estado alcance 36,7 milhões de toneladas. "Algumas regiões têm apresentado resultados melhores que o esperado", afirma o boletim, "mas é necessário cautela, já que as condições climáticas podem mudar ao longo do ciclo."
A expansão da área de cana ocorre em um cenário de preços menos atrativos para a soja, o que tem levado produtores a optarem pela cultura da cana-de-açúcar, especialmente em áreas com menor aptidão para o cultivo de grãos. “O valor recebido pela tonelada de cana em abril foi de R$ 138,23”, informa o Deral. Isso representa um aumento de 15% em relação a abril de 2024 (R$ 119,84) e 19% sobre a média de 2022 (R$ 115,97).
Embora a soja também tenha registrado valorização de 7% nos últimos 12 meses, os preços atuais estão 31% abaixo dos níveis de 2022, o que contribui para a mudança de estratégia por parte dos produtores. Além disso, as frequentes estiagens que afetaram o estado nas últimas safras impactaram de forma mais intensa os cultivos de grãos, ao contrário da cana, uma gramínea de ciclo semiperene, menos sensível a variações climáticas.