Estratégias aumentam confiança em bioinsumos
O mercado de bioinsumos cresceu mais de 30% no último ano

De acordo com o artigo "Estratégias de mercado no uso de bioinsumos para o produtor rural movimentam setor", publicado por Fellipe Parreira, Gerente de Portfólio e Acesso ao Mercado no Grupo GIROAgro, no setor industrial existem divisões claras entre empresas químicas e biológicas. Entretanto, para o produtor rural, essa distinção se torna pouco relevante. “O desafio é único: obter soluções eficazes para melhorar a produtividade e a saúde de sua lavoura de forma segura e confiável”, afirma.
O objetivo das empresas que atuam com fertilizantes e bioinsumos vai além de levar o produto ao campo; é necessário gerar segurança para o agricultor. Isso ocorre por meio de estratégias como a experimentação in loco, que respeita manejo, variedade e condições locais. A prática proporciona comprovação concreta dos benefícios das tecnologias.
Segundo Parreira, trabalhar com consultores técnicos de confiança do produtor é fundamental. “Tais profissionais, respeitados e acreditando no campo, são verdadeiros multiplicadores de benefícios quanto às soluções oferecidas”, explica. Investir em capacitação e relacionamento permite validar cientificamente as tecnologias e influenciar o produtor final. Com isso, cria-se um ecossistema de referências inclusivo para produtores influentes, cuja marca está associada a resultados comprovados. Isso transforma a adoção de bioinsumos de uma compra por impulso em um processo confiável e sustentado por resultados práticos e evidências locais.
De acordo com a Fiesp-Deagro, a principal motivação do produtor para utilizar produtos biológicos é a eficiência comprovada dos bioinsumos. No Brasil, há mais de 140 empresas e 600 produtos registrados, gerando complexidade na escolha. O produtor avalia não apenas o desempenho em sacas por hectare, mas a segurança de receber o resultado prometido.
Parreira observa que o produtor enfrenta variáveis incertas, como mudanças climáticas, preços de commodities e custos de insumos. “Diante de ofertas que entregam duas, três ou quatro sacas a mais, ele muitas vezes opta por aquele insumo que lhe garante maior segurança e previsibilidade, mesmo oferecendo tecnicamente um resultado menor”, afirma.
A segurança, segundo ele, é promovida por programas de demonstração de campo, como o “Liga dos Campeões” da VIVAbio, que reúne cerca de 300 áreas demonstrativas em diferentes regiões, com dados consistentes sobre os efeitos das tecnologias aplicadas. Cooperativas e revendas desempenham papel essencial no atendimento a pequenos e médios produtores, oferecendo estrutura, qualificação técnica e comunicação clara. Inovações industriais, como bioinsumos que não exigem armazenamento em freezer, ampliam o acesso a produtos com validade estendida em temperatura ambiente.
A Fiesp-Deagro aponta que o custo pode ser um desafio para o mercado, mas o produtor prioriza o custo-benefício real. Produtos de maior valor, que garantem eficácia, são preferidos por oferecerem retorno mais seguro.
O mercado de bioinsumos cresceu mais de 30% no último ano e deve representar até 25% do valor dos produtos químicos convencionais. O crescimento é impulsionado por desempenho técnico, sustentabilidade, saúde ambiental e qualidade dos alimentos. Em síntese, o mercado de bioinsumos busca agregar valor, segurança e sustentabilidade ao produtor rural. A experimentação local, capacitação de consultores e comunicação sólida são apontadas como estratégias para acelerar a adoção desses produtos no agronegócio brasileiro.