Plataforma Saúde do Solo BR é lançada na COP30
Plataforma traz análise inédita da saúde dos solos e manejo sustentável
Foto: Pixabay
A Plataforma Saúde do Solo BR: Big Data para Solos Resilientes e Sistemas Alimentares será lançada hoje, 17 de novembro, durante a COP30, em Belém (PA). O lançamento será às 11h20, no Auditório 1 do espaço Agrizone, instalado na área da Embrapa Amazônia Oriental. Trata-se de uma ferramenta que transforma dados em conhecimento, apoiando agricultores, pesquisadores e gestores na construção de uma agricultura sustentável, resiliente e de baixo carbono. “A criação da plataforma é um desdobramento natural da ampla adoção da tecnologia de Bioanálise de Solo (BioAS) no Brasil”, destaca o pesquisador Guilherme Caher, da Embrapa Agrobiologia.
A BioAS é uma tecnologia que agrega o componente biológico às análises de rotina de solos, analisando também as enzimas arilsulfatase e beta-glicosidase, associadas aos ciclos do enxofre e do carbono, respectivamente - o que ajuda a avaliar a saúde dos solos. A tecnologia também envolve o cálculo de Índices de Qualidade de Solo (IQS), calculados com base nas propriedades químicas e biológicas em conjunto e separadamente. Como resultado, foi construído o maior banco de dados de saúde do solo do mundo. "Hoje o Brasil detém um banco de dados de saúde do solo sem precedentes, baseado na atividade enzimática e nos teores de matéria orgânica. Esse banco é dinâmico e cresce a cada dia", destaca a pesquisadora Ieda Mendes, da Embrapa Cerrados. Neste primeiro momento, a plataforma Saúde do Solo BR irá disponibilizar os resultados das primeiras 52 mil amostras.
O banco de dados está sendo construído por meio de uma parceria com os 33 laboratórios comerciais de análises de solo, membros da Rede Embrapa que utilizam a tecnologia BioAS. O sistema de classificação considera os resultados das análises químicas e biológicas, e organiza os solos em cinco padrões: saudável, em processo de degradação (adoecendo), degradado (doente), em recuperação e intermediário.
Outro diferencial da Plataforma é o mapa de tendência do carbono do solo (TCS), que se baseia no Índice de Tendência do Carbono do Solo (ITCS), calculado a partir dos bioindicadores da BioAS em conjunto com os teores de matéria orgânica do solo (MOS). “O ITCS parte do princípio de equilíbrio entre MOS e atividade biológica: em sistemas naturais ou manejados de forma estável por longos períodos, observa-se um balanço bioquímico entre ambos. Alterações nas práticas de manejo rompem esse equilíbrio temporariamente e os bioindicadores permitem detectar a direção e a intensidade das mudanças, sinalizando tendências futuras da MOS”, explica Chaer.
A plataforma disponibiliza índices de ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes, além da classificação da saúde do solo e do Mapa de Tendência do Carbono do Solo (TCS), que estima se o solo tende a ganhar ou perder carbono. Os usuários poderão explorar os dados por meio de filtros que permitem consultas em diferentes escalas espaciais e temporais, seleção por culturas agrícolas e classes texturais de solo. A plataforma ainda possibilitará a visualização simultânea de dois mapas comparativos, favorecendo análises paralelas.
O lançamento da plataforma na COP30 será transmitido pelo Canal Embrapa no YouTube.
Com informações de Juliana Caldas/ Embrapa Cerrados