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Banana-maçã enfrenta ameaça do mal-do-Panamá

Para os produtores, o desafio é equilibrar risco e rentabilidade


Foto: Divulgação

Nos seis primeiros meses de 2025, a banana-maçã foi a segunda variedade mais comercializada na CEASA/MS, com 1,2 mil toneladas vendidas. Apesar da valorização no mercado, produtores enfrentam o risco do mal-do-Panamá, doença que pode inviabilizar áreas de cultivo por até duas décadas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Roger Soares de Almeida, da Agraer, o fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense é o causador da doença. “Ele compromete as raízes e se espalha por toda a planta, provocando o enfraquecimento do pseudocaule e a morte da bananeira. O solo infectado pode permanecer improdutivo por mais de 20 anos”, explica.

O risco, no entanto, não diminui a atratividade da variedade, conhecida pelo sabor diferenciado e preço elevado. A caixa de banana-maçã é comercializada, em média, entre R$ 130 e R$ 180 na CEASA/MS. Só perde em volume para a banana-nanica, que alcançou 17 mil toneladas no mesmo período.

O produtor Wandre Barbosa, da WB Bananas, cultiva 40 hectares da fruta em Rochedo (MS) e relata as dificuldades do manejo. “A hora que vai soltar o cacho de banana, já morre tudo de novo”, diz. Mesmo assim, mantém parte da área com a variedade. “É arriscado, mas ainda dá retorno financeiro.”

Especialistas recomendam medidas de prevenção, como o uso de mudas certificadas pelo MAPA, eliminação de plantas doentes e escolha de variedades resistentes, como Nanica, FHIA-01 e Pacovan. “O cuidado com o solo e a seleção de mudas sadias são fundamentais para evitar a disseminação”, reforça Almeida.

A banana-maçã, mesmo frágil diante da doença, segue como produto valorizado para o consumidor e estratégico para os atacadistas. Para os produtores, o desafio é equilibrar risco e rentabilidade, mantendo práticas preventivas que garantam a continuidade do cultivo.

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