Exportação de algodão deve crescer 10% na safra 2025/26
Entre julho e outubro, o Brasil embarcou 677 mil toneladas
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A exportação de algodão brasileiro deve crescer cerca de 10% na safra 2025/26, segundo projeção da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), divulgada pela Abrapa. A expansão é atribuída à competitividade do produto nacional, à diversificação dos mercados compradores e ao aumento recente das compras indianas.
De acordo com o presidente da Anea, Dawid Wajs, os embarques brasileiros, que mantêm o país como maior exportador mundial da pluma, devem alcançar 3,2 milhões de toneladas entre julho de 2025 e agosto de 2026. Mesmo com ampla oferta global e queda nas importações chinesas, a entidade avalia que o algodão nacional segue competitivo.
Wajs afirmou que as exportações começaram de forma mais lenta no ciclo atual devido ao atraso na colheita, mas já apresentam recuperação. “Temos estoques importantes que precisarão ser exportados. O mercado está se ajustando e deve manter um ritmo de embarques crescente nos próximos meses”, explicou o presidente da Anea.
O Brasil responde atualmente por cerca de um terço do comércio mundial de algodão, à frente dos Estados Unidos, segundo maior exportador global. Entre os principais destinos da pluma brasileira estão China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão.
Até outubro, a China liderou as compras da nova safra, com 122 mil toneladas, seguida pela Índia, que importou 106,3 mil toneladas. O aumento da participação indiana é considerado pontual pela Anea, influenciado por uma isenção temporária de impostos de importação válida até 31 de dezembro deste ano.
Entre julho e outubro, o Brasil embarcou 677 mil toneladas, volume 7% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam recuperação em novembro, quando os embarques somaram 402 mil toneladas, alta de 34,4% na comparação anual.
Na safra 2024/25, a produção brasileira de algodão em pluma ultrapassou 4 milhões de toneladas, com cerca de 760 mil destinadas ao mercado interno, segundo a Anea. Com estoques elevados, qualidade reconhecida e mercados diversificados, a associação projeta continuidade na expansão internacional do algodão brasileiro.