Trigo no Sul enfrenta pressão
No Rio Grande do Sul, a média CEPEA registrou queda de -0,41%

O mercado de trigo no Brasil iniciou a semana sob forte pressão, com quedas nas médias de preços e sinais de dificuldade para sustentação das cotações em diversas regiões. Segundo a TF Agroeconômica, a oferta elevada, a proximidade da nova safra e a entrada de trigo importado acentuam a pressão sobre os produtores e os moinhos.
No Rio Grande do Sul, a média CEPEA registrou queda de -0,41% no dia e -2,51% no mês, reflexo da cobertura dos moinhos até a próxima colheita. Negócios recentes apontaram preços de R$ 1.150,00 para trigo de PH 78 e FN 250 no interior, enquanto compradores pontuais testaram valores de R$ 1.100,00, ainda rejeitados pelos vendedores. Para novembro, moinhos projetam preços de R$ 1.100,00 posto indústria. No mercado externo, as cotações para dezembro recuaram a R$ 1.180,00, com opção de entrega de trigo de ração com deságio de 20%. Além disso, deve chegar ao porto de Rio Grande, em 27 de setembro, um navio com 30 mil toneladas de trigo argentino, acirrando a concorrência.
Em Santa Catarina, o mercado permanece parado, com o abastecimento vindo principalmente do trigo gaúcho. As cotações variam entre R$ 1.250 e R$ 1.300 FOB no Sudoeste do Paraná, enquanto os preços pagos aos produtores mostram estabilidade em algumas praças, mas quedas em outras. Em Canoinhas, a saca segue a R$ 75,67, em Joaçaba a R$ 74,50 e em São Miguel do Oeste a R$ 76,00. Já em Chapecó os preços recuaram para R$ 66,00 e em Xanxerê para R$ 74,00.
No Paraná, a pressão da colheita reduziu a média CEPEA em -3,18% no dia e -7,91% no mês. Negócios têm sido registrados entre R$ 1.200 e R$ 1.300 CIF, com exceções chegando a R$ 1.350, mas acima desse patamar há resistência de compradores. O trigo gaúcho aparece ofertado a R$ 1.100 FOB, mas enfrenta entraves devido ao ICMS. Trigos importados também competem: paraguaio entre US$ 230 e US$ 245 e argentino nacionalizado a US$ 269. Para o produtor paranaense, a situação é mais delicada: a média da saca recuou 3,87% na semana para R$ 70,50, ampliando o prejuízo frente ao custo atualizado pelo Deral, de R$ 74,63 por saca.